terça-feira, 5 de julho de 2022

5 DE JULHO - MARGARIDA CORDEIRO

EFEMÉRIDE - Margarida Martins Cordeiro, médica psiquiatra, psiquiatra e realizadora de cinema documental portuguesa que esteve na vanguarda do Novo Cinema Português, nasceu em Bemposta (Mogadouro) no dia 5 de Julho de 1938.

Com António Reis, destaca-se na vanguarda do Novo Cinema português, na área do documentário, explorando as técnicas do cinema directo.

Co-realizou com António Reis a maior parte dos filmes deste realizador português. O casal tornou-se um caso único e paradigmático do cinema português.

O cinema de António Reis e de Margarida Cordeiro reflecte um universo poético sem paralelo no cinema português, abordando temas ligados à memória e à mitologia popular de Portugal. Iniciou-se na actividade cinematográfica com o filme “Jaime” (1973), como assistente de realização.

Em 1976, lança o seu primeiro filme como co-realizadora, “Trás-os-Montes”, que foi elogiado por críticos e realizadores como Serge Daney ou Jean Rouch. Em 2019, Tiago Baptista, director do Arquivo Nacional de Imagens em Movimento (ANIM) da Cinemateca Portuguesa, revelou que o elevado número de solicitações de “Trás-os-Montes” obrigou à existência de duas cópias em suporte digital.

O seu último filme foi “Rosa de Areia” (1989), concluído cerca de dois anos antes da morte de António Reis.

Após “Rosa de Areia”, o projecto seguinte seria a adaptação da obra-prima do mexicano Juan Rulfo, “Pedro Páramo”, mas Reis morreu em 1991. Segundo uma reportagem especial do jornal “Público”, «Margarida quis continuar a ideia, chegou a ir ao México fazer pesquisas, mas recebeu recusas sucessivas de subsídio até o filme ser aprovado. Nunca chegou a ser feito».

Manuel Mozos, que trabalhou na montagem do “Rosa de Areia”, declarou: «Percebi muito bem o que era um trabalho de um casal, de um par, de duas cabeças que trabalham em conjunto. Mas no sistema português infelizmente a Margarida nunca mais teve hipótese, depois do falecimento do António, de poder continuar uma obra que julgo que manteria no espírito que tinha com o António».

Durante anos a imprensa falava dos filmes como se fossem feitos apenas por Reis e omitia o nome de Margarida o que a levou a apresentar queixas contra os jornais em várias instâncias.

Em 2018, o “Porto/Post/Doc” dedicou uma retrospectiva da obra de António Reis e de sua esposa, Margarida Cordeiro, com cópias digitais preparadas pela Cinemateca Portuguesa.

Em 2019 recebeu o Prémio Nacional Aurélio Paz dos Reis, na 16ª edição da MIFEC - Mostra Internacional de Filmes de Escolas de Cinema.

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