Com António Reis, destaca-se na
vanguarda do Novo Cinema português, na área do documentário, explorando
as técnicas do cinema directo.
Co-realizou com António Reis a
maior parte dos filmes deste realizador português. O casal tornou-se um caso
único e paradigmático do cinema português.
O cinema de António Reis e de
Margarida Cordeiro reflecte um universo poético sem paralelo no cinema
português, abordando temas ligados à memória e à mitologia popular de Portugal.
Iniciou-se na actividade cinematográfica com o filme “Jaime” (1973), como
assistente de realização.
Em 1976, lança o seu primeiro
filme como co-realizadora, “Trás-os-Montes”, que foi elogiado por
críticos e realizadores como Serge Daney ou Jean Rouch. Em 2019, Tiago
Baptista, director do Arquivo Nacional de Imagens em Movimento (ANIM)
da Cinemateca Portuguesa, revelou que o elevado número de solicitações
de “Trás-os-Montes” obrigou à existência de duas cópias em suporte
digital.
O seu último filme foi “Rosa
de Areia” (1989), concluído cerca de dois anos antes da morte de António
Reis.
Após “Rosa de Areia”, o
projecto seguinte seria a adaptação da obra-prima do mexicano Juan Rulfo, “Pedro
Páramo”, mas Reis morreu em 1991. Segundo uma reportagem especial do jornal
“Público”, «Margarida quis continuar a ideia, chegou a ir ao México
fazer pesquisas, mas recebeu recusas sucessivas de subsídio até o filme ser
aprovado. Nunca chegou a ser feito».
Manuel Mozos, que trabalhou na
montagem do “Rosa de Areia”, declarou: «Percebi muito bem o que era
um trabalho de um casal, de um par, de duas cabeças que trabalham em conjunto.
Mas no sistema português infelizmente a Margarida nunca mais teve hipótese,
depois do falecimento do António, de poder continuar uma obra que julgo que
manteria no espírito que tinha com o António».
Durante anos a imprensa falava
dos filmes como se fossem feitos apenas por Reis e omitia o nome de Margarida o
que a levou a apresentar queixas contra os jornais em várias instâncias.
Em 2018, o “Porto/Post/Doc”
dedicou uma retrospectiva da obra de António Reis e de sua esposa, Margarida
Cordeiro, com cópias digitais preparadas pela Cinemateca Portuguesa.
Em 2019 recebeu o Prémio
Nacional Aurélio Paz dos Reis, na 16ª edição da MIFEC - Mostra Internacional de Filmes de Escolas de
Cinema.
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