sexta-feira, 22 de julho de 2022

22 DE JULHO - MIREILLE MATHIEU

EFEMÉRIDE - Mireille Mathieu, cantora francesa com uma carreira nacional e internacional de mais de cinquenta anos, condecorada com a Légion d’Honneur, nasceu em Avignon no dia 22 de Julho de 1946.

Nascida no Sul de França, é filha do operário Roger e da dona-de-casa Marcelle, que enfrentaram grandes dificuldades económicas para criar os seus catorze filhos: Mireille (a mais velha), Monique, Christiane, Marie-France, Réjane, Régis, Guy, Roger, Jean-Pierre, Rémy, Simone, Philippe, Béatrice e Vincent. A família viveu durante anos numa modestíssima casa de madeira, sentindo na pele o rigor do Inverno e da chuva, que atravessavam as frágeis paredes.

Mesmo quebrando pedras (literalmente), Roger, o seu pai, alimentava o sonho de poder cantar, visto que possuía uma bela voz de tenor. Neste ambiente, Mireille cresceu e herdou o talento musical do pai. Aos quinze anos, quando debutante, Mireille e a sua família conseguiram um apartamento de cinco divisões e ela pôde, enfim, tomar um banho quente e decente. Segundo ela mesma, esse foi o dia mais feliz de sua vida.

Grande admiradora de Edith Piaf, Mireille cantou precocemente em público pela primeira vez aos quatro anos, na Missa do Galo da Igreja Matriz de sua cidade. Porém, para tornar-se uma grande estrela internacional, não bastava apresentar-se para a família e os amigos, que a apelidaram de “la vie en rose”, por motivos óbvios.

Enquanto, estudava Canto e ouvia atentamente os conselhos da professora Laure Collière, e trabalhava duro numa fábrica de envelopes. Aos dezoito anos, em 21 de Novembro de 1965, participou num concurso de calouros, no programa “Télé Dimanche”. O público prefere outra candidata mas, para sorte de Mireille, o empresário Johnny Stark assiste à apresentação e aposta em Mireille. O seu primeiro disco, em 45 rotações, vendeu mais de um milhão de cópias, com as músicas “Mon credo”, “C’est ton nom”, “Qu’elle est belle” e “Le funambule”.

Johnny Stark teve várias e longas conversas com Mireille, explicando todas as dificuldades da profissão, mas que se ela estivesse disposta a trabalhar muito, ensaiar muito, estudar muito e fizesse o que ele mandasse, ele a transformaria numa grande estrela, que seria conhecida e admirada em toda França.

Mireille teve como mentores o maestro Paul Mauriat e o compositor André Pascal, que começaram a ensinar-lhe técnicas vocais para que usasse melhor a sua potência vocal, colocar a voz mais adequadamente e respirar de maneira correcta. Ao mesmo tempo, Mireille tinha aulas de Francês e de Inglês, além de boas maneiras, comportamento social, como caminhar num palco, num estúdio de televisão, como dominar a distância certa de cantar ao microfone e todas as inúmeras coisas, necessárias ao bom desempenho de uma cantora.

Com uma ascensão meteórica na sua carreira, Mireille participa em programas de televisão nos Estados Unidos e apresenta-se no Olympia, em 1967. O Instituto Francês de Opinião Pública, na época, pesquisou junto ao público e declarou Mireille como a cantora preferida do povo francês.

Depois de se apresentar na TV em 1965, e da sua estreia no “Olympia” em 1966, Mireille já era uma celebridade de domínio público. Foi saudada pela imprensa com grande espalhafato e anunciada como a «próxima Edith Piaf», pela evidente semelhança do seu timbre de voz com o de Edith, falecida três anos antes.

A sua versão “La dernière valse”, que era um sucesso em inglês do cantor britânico Engelbert Humperdinck - “The Last Waltz” - foi uma ponte segura para tornar Mireille muito popular no Reino Unido.

Com os seus repetidos sucessos foi parar o Canadá e Estados Unidos, onde se apresentou no famoso e indispensável The Ed Sullivan Show” e, no outro dia, 50 milhões de pessoas já conheciam Mireille Mathieu. Cantou em Las Vegas, ao lado de Dean Martin e Frank Sinatra e foi um sucesso quase surpreendente. De público e da crítica.

Mireille já provou a sua qualidade superior e tornou-se a embaixatriz da cultura francesa ao redor do mundo. Os seus fãs espalham-se da China ao Brasil, incluindo a antiga União Soviética. Frequenta os palcos sofisticados de Monte Carlo e tem a humildade de se curvar diante de sua musa Edith Piaf. Ainda muito requisitada, continua a apresentar-se pelo mundo, fazendo digressões regularmente pelo Carnegie Hall de Nova Iorque, no Sport Palais do Canadá e no The Ice Palace de São Petersburgo.

Nos seus mais de 50 anos de carreira, Mireille, já gravou mais de 1 200 músicas, vendeu mais de 1 30 milhões de cópias dos seus álbuns e mais de 55 milhões de singles. Já cantou em nove línguas e foi a primeira artista do ocidente a fazer um concerto de música popular na China.

Ao longo de todos esses anos, ela cantou e gravou com nomes como Paul Anka, Charles Aznavour, Barry Manilow, Tom Jones, Julio Iglesias e o alemão Peter Alexander.

Gravou o disco “Mireille Mathieu chante Edith Piaf” (1993), no qual canta 13 das mais famosas e populares músicas do seu ídolo eterno.

Comemorou os seus 40 anos de carreira em 2005, com uma grande apresentação no “Olympia”, onde foi gravado o seu primeiro DVD, “Mireille à l’Olympia”, além de um CD, que lhe deu o prémio Disque d’Or.

Em 2007, participou num superespectáculo de televisão na Alemanha, um dos países de público mais fiel, para receber o prémio de Melhor Cantora Internacional.

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