quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

EFEMÉRIDEGomes Freire de Andrade, militar português, nasceu em Viena no dia 27 de Janeiro de 1757. Morreu no Forte de São Julião da Barra, em 18 de Outubro de 1817.
Era filho de um embaixador de Portugal na corte austríaca e de uma condessa pertencente a uma antiga e ilustre família nobre da Boémia.
Teve a educação que na época se costumava dar aos filhos da nobreza. Gomes Freire veio para Portugal com 24 anos de idade, já com o grau de Cavaleiro da Ordem de Cristo. Destinado à carreira militar, entrou como cadete no regimento de Peniche, sendo em 1782 promovido a alferes. Passou à Armada Real, embarcando em 1784 na esquadra que foi auxiliar as forças navais espanholas de Carlos III no bombardeamento de Argel.
Regressado a Lisboa, foi promovido a tenente da marinha e, em 1788, voltou ao antigo regimento com o posto de sargento-mor. Obteve uma licença para servir no exército de Catarina II, em guerra contra a Turquia, e partiu para a Rússia. Em São Petersburgo terá conquistado as maiores simpatias na corte e da própria imperatriz. Na campanha de 1788-1789, comandada pelo príncipe Potemkine, distinguiu-se nas planícies do rio Danúbio, na Guerra da Crimeia e sobretudo no cerco a Oczakow. A imperatriz atribuiu-lhe, para recompensar a sua bravura e heroísmo, o posto de coronel do seu exército que, em 1790, foi confirmado pelo exército português.
Depois, na esquadra do príncipe de Nassau, salvou-se milagrosamente durante a batalha naval de Schwensk, quando os canhões suecos fizeram ir a pique a “bateria flutuante” que ele comandava. Recebeu o Hábito de São Jorge, uma das Ordens mais importantes da Rússia.
Voltou a Lisboa, para embarcar com destino à Catalunha, na Divisão que Portugal enviou em auxílio da Espanha contra a República francesa.
Gomes Freire regressou depois a Portugal, vindo a ser Grão-mestre da Maçonaria. Foi entretanto acusado de liderar uma conspiração nacional-liberal contra a monarquia absolutista de D. João VI (ausente no Brasil). Foi detido e enforcado por crime de traição à pátria, juntamente com mais onze militares.
Este procedimento da Regência e de Lord Beresford, comandante em chefe britânico do Exército português e regente de facto do reino de Portugal, levou a protestos e intensificou a tendência anti-britânica, o que conduziu o país à Revolução do Porto e à queda de Beresford (1820), impedido de desembarcar em Lisboa ao voltar do Brasil, onde conseguira de D. João VI ainda maiores poderes.

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