terça-feira, 5 de janeiro de 2010

EFEMÉRIDEJuan Carlos I, actual Rei de Espanha, nasceu em Roma no dia 5 de Janeiro de 1938.
Juan Carlos Alfonso Víctor Maria de Borbón y Borbón, de seu nome completo, nasceu durante o exílio do avô Afonso XIII, rei de Espanha até 1931, ano em que foi deposto pela Segunda República Espanhola.
Por expresso desejo do pai, a sua formação desenvolveu-se em Espanha, onde chegou pela primeira vez aos dez anos, proveniente de Portugal, onde residia no Estoril desde 1946 com seus pais, os Condes de Barcelona.
Iniciou os estudos no Instituto San Sebastián e, em 1954, terminou o bacharelato no Instituto San Isidro em Madrid. Desde 1955 estudou nas Academias e Escolas Militares dos três Exércitos, onde adquiriu o grau de Oficial. Realizou a sua viagem de “práticas”, como Guarda da Marinha, no navio escola “Juan Sebastián Elcano”e obteve o posto de piloto militar.
Em 1957 Juan Carlos passou um ano na Escola Naval de Pontevedra e, depois, na Escola Aérea em San Javier. Entre 1960 e 1961 completou a sua formação na Universidad Complutense de Madrid, onde cursou Direito Político e Internacional, Economia e Finanças Públicas.
Em Maio de 1962 contraiu matrimónio, em Atenas, com a Princesa Sofia da Grécia, filha dos reis gregos de então. Ela era ortodoxa mas, devido ao casamento, converteu-se ao catolicismo romano. Depois das bodas, os príncipes começaram a residir no Palácio da Zarzuela nos arredores de Madrid.
Apesar da sua “aliança” com os monárquicos, Franco não estava ansioso por restaurar a monarquia deposta. Estando ele no poder, preferia dirigir o país com um regime próprio, sendo ele o Chefe de Estado vitalício. Muitos apoiantes de Franco iniciaram um debate sobre quem o iria substituir quando ele morresse. O herdeiro ao trono de Espanha era Juan de Borbón (Conde de Barcelona), filho do falecido Afonso XIII. No entanto, Franco via-o com extrema desconfiança, acreditando que ele era um liberal que se opunha ao seu regime.
Franco decidiu escolher como sucessor o príncipe Juan Carlos, esperando que o jovem príncipe pudesse ser preparado para assumir o comando da nação, continuando a manter a natureza ultra-conservadora do regime. Em 1969 Juan Carlos foi oficialmente designado herdeiro e foi-lhe dado o novo título de Príncipe de Espanha (e não o tradicional de Príncipe das Astúrias).
Durante os tempos que se seguiram, Juan Carlos apoiou publicamente o regime. No entanto, à medida que os anos passavam, começou a reunir-se com líderes da oposição política e com exilados. Teve igualmente conversas secretas com o seu pai pelo telefone.
Durante os períodos em que Franco esteve incapacitado temporariamente, em 1974 e 1975, Juan Carlos foi agindo como Chefe de Estado. Perto da morte, Franco deu o controlo total a Juan Carlos. Após o falecimento de Franco, as Cortes Gerais proclamaram Juan Carlos como Rei de Espanha.
Juan Carlos I pronunciou nas Cortes a sua primeira mensagem à nação, na qual expressou as ideias básicas do seu reinado: restabelecer a Democracia e ser Rei de todos os espanhóis, sem excepção.
A transição para a democracia começou com a Lei da Reforma Política em 1976. Em Maio de 1977, o Conde de Barcelona, seu pai, transmitiu ao Rei os seus direitos dinásticos e a Chefia da Casa Real espanhola, num acto que confirmava o cumprimento do papel que correspondia à Coroa no retorno da democracia. Um mês mais tarde, realizaram-se as primeiras eleições democráticas desde 1936 e o novo Parlamento elaborou o texto da actual Constituição, aprovada por referendo em 1978 e sancionada por Juan Carlos em sessão solene das Cortes Gerais. A Constituição estabelece, como forma política do Estado, a monarquia parlamentar, em que o Rei arbitra e modera o funcionamento regular das instituições políticas. Na sua mensagem às Cortes, Dom Juan Carlos proclamou expressamente o seu propósito de aceitá-la e servi-la. Finalmente, foi a actuação do Monarca que salvou a Constituição e a Democracia na noite de 23 de Fevereiro de 1981, quando houve uma tentativa de golpe de estado no próprio Parlamento.
O seu perfil europeísta e o seu papel no restabelecimento da democracia em Espanha foram reconhecidos através de numerosos Prémios Internacionais.
Atento sempre ao mundo intelectual e à sua capacidade de inovação, Juan Carlos exerce o Alto Patronato das Reais Academias e mantém uma assídua relação com os meios culturais e em particular com a Universidade. Foi investido Doutor Honoris Causa por uma trintena de prestigiadas universidades espanholas e estrangeiras.
É também o Presidente Honorário do Instituto Cervantes, encarregado da difusão da língua espanhola no Mundo. Todos os anos entrega o Prémio Cervantes, que distingue os melhores escritores da língua espanhola nos continentes Europeu e Americano.
Durante a Conferência Ibero-Americana de 2007 realizada em Santiago do Chile, quando o presidente venezuelano Hugo Chávez criticou o ex-presidente do governo de Espanha José Maria Aznar chamando-o de fascista e interrompendo constantemente o presidente do governo Zapatero, Juan Carlos disse a Chávez: «¿Por qué no te callas?», incidente que se tornou então num caso mediático mundial
Tanto Juan Carlos como a esposa são fluentes em várias línguas. Falam espanhol, inglês e francês. Ao contrário da Rainha, no entanto, Juan Carlos não fala alemão nem grego, um facto que lamenta. Além das referidas línguas, o Rei fala ainda italiano, português e catalão.
Assíduo praticante de vários desportos, sobretudo de esqui e a vela, Juan Carlos tem apoiado a prática desportiva como escola de formação de grande valor social. A presença dos Reis e da Família Real e o seu estímulo às equipas olímpicas espanholas é constante e teve especial relevo durante os Jogos Olímpicos de 1992 em Barcelona.
Como Chefe de Estado espanhol ele é, por inerência, Capitão General das Reais Forças Armadas e seu Comandante Supremo.

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