EFEMÉRIDE – António Calvário da Paz, cantor português que venceu o primeiro Grande Prémio TV da Canção Portuguesa, nasceu em Moçambique no dia 17 de Outubro de 1938.
Veio para a Metrópole, mais propriamente para Portimão, com a idade de 8 anos. A família fixou-se depois em Lisboa, de forma a que ele pudesse acabar o Curso Liceal. Teve aulas de canto com Corina Freire, antiga cantora e sua prima avó.
Ingressou na Emissora Nacional em 1957, depois de ter participado num concurso. Em 1960 foi aclamado no Festival da Canção Portuguesa, realizado na cidade do Porto, com “Regresso”. Gravou o disco “O Papá e a Mamã” com Maria de Lourdes Resende.
Em 1961 venceu o seu primeiro título de Rei da Rádio e voltou a colaborar com Maria de Lourdes Resende em “Carnaval do Estoril”.
“Desse Amor Melhor” e “Perdão para Dois” foram grandes sucessos em 1962. Recebeu o Óscar da Imprensa (na primeira edição dos Prémios da Casa da Imprensa) para o Melhor Cançonetista Masculino.
Em 1963 estreou-se no teatro com o grande êxito “Chapéu Alto” e editou vários discos. No ano seguinte participou na revista “Lábios Pintados”, onde interpretava o tema “Tricana”. Foi o primeiro vencedor do Grande Prémio TV da Canção Portuguesa, com a canção “Oração”, tendo representado Portugal no Festival Eurovisão da Canção, que decorreu na Dinamarca. Estreou-se no cinema em “Uma Hora de Amor”, onde contracenou com Madalena Iglesias.
Em 1965, voltou a participar no Grande Prémio TV da Canção e entrou no filme “Rapazes de Táxis”.
O filme “Sarilho de Fraldas”, novamente com Madalena Iglesias, foi um dos grandes sucessos de 1966. Participou igualmente na revista “Zero, Zero, Zé, Ordem para Pagar”.
Em 1968 participou no Festival RTP da Canção, protagonizou o filme “O Amor Desceu em Pára-quedas” e fez parte da revista “Esta Lisboa que Eu Amo”. António Calvário e Simone de Oliveira gravaram entretanto um disco com canções do filme “My Fair Lady”.
Representou Portugal no I Festival da Canção Latina No Mundo, realizado no México, onde obteve o 4º lugar – o melhor lugar europeu. Obteve grande êxito com a versão portuguesa de “Chorona”.
Em 1969 foi um dos produtores do filme “O Diabo Era Outro”, com Milú, Nicolau Breyner e Hermínia Silva, que se revelou um desastre financeiro e o obrigou a actuar até em circos, para conseguir pagar os encargos decorrentes desse mau investimento.
Em 1974 gravou a canção “A Rosa Que Te Dei” de José Cid. Com o 25 de Abril deixou de cantar nos palcos de teatro, para cantar em night-clubs e cabarets.
Voltou ao teatro em 1977 com as revistas “Põe-te na Bicha” e “Direita Volver”. Da primeira resultaria um grande sucesso: “Mocidade, Mocidade”, da autoria de Eduardo Damas e Manuel Paião.
Nos anos 1990, voltou a um contacto mais frequente com o grande público, realizando uma extensa digressão por todo o país com inúmeros espectáculos de Revista à Portuguesa, onde cantou os seus maiores sucessos e também alguns inéditos.
Em 2000 regressou aos estúdios e aos palcos. No início do novo milénio voltou a trabalhar com Carlos Alfaiate que, durante um largo período, o representou, apoiou e agenciou garantindo-lhe uma contínua e constante presença tanto em programas televisivos como na imprensa escrita. Era o início do período de maturidade de um artista que, mantendo todas as suas qualidades, acumulava também a experiencia de uma longa carreira.
Foi publicada a biografia “António Calvário – A Canção de Uma Vida” da autoria do jornalista Luís Guimarães. Para comemorar os 50 anos de carreira foi lançado em 2008 uma compilação de temas inéditos e a autobiografia “Histórias da minha vida”, editada pela Guerra & Paz.
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