EFEMÉRIDE – Árpád Szenes, pintor, ilustrador e desenhador húngaro, naturalizado francês em 1956, nasceu em Budapeste no dia 6 de Maio de 1897. Morreu em Paris, em 16 de Janeiro de 1985.
Tendo por origem uma família de intelectuais e artistas, manifestou bastante cedo os seus dons para o desenho e para a pintura. No fim dos estudos secundários, descobriu a arte contemporânea internacional.
Depois de ter feito o serviço militar de 1916 a 1918, entrou na Academia Livre de Budapeste. Quando da Revolução de 1919 na Hungria, pôde observar a diversidade de cartazes cubistas, futuristas e construtivistas que cobriram as paredes e muros da cidade.
Depois de ter exposto pela primeira vez as suas pinturas abstractas em 1922, Árpád Szenes iniciou em 1924 uma longa viagem pela Europa que o levou até Berlim, Munique, Itália e Paris (1925) onde, para ganhar a vida, fazia caricaturas nos cafés de Montmartre. Na Académie de la Grande Chaumière encontrou, em 1928, a pintora portuguesa Maria Helena Vieira da Silva com quem casou um ano depois. Desde essa época, fez numerosos retratos da sua mulher a trabalhar. Em 1930, estiveram vários meses na Hungria e na Transilvânia, vivendo em colónias de artistas. Árpád e Maria Helena formaram um dos mais célebres casais de pintores da arte contemporânea.
Em 1931, trabalhou com gravuras no Atelier 17, onde encontrou os pintores surrealistas Miró e Max Ernst. Até ao início da Segunda Guerra Mundial, o casal vinha frequentemente a Portugal, instalando-se mesmo em Lisboa nos anos 1935 e 1936.
Em 1939, deixaram Paris, confiaram o seu atelier e as suas pinturas a uma amiga e voltaram a Lisboa, mas desta vez para embarcarem para o Brasil, onde residiram durante a Segunda Guerra Mundial e no período pós-guerra. Em 1944, Árpád abriu um atelier que era frequentado por numerosos jovens artistas. Devido ao facto de ser judeu e Helena Vieira da Silva ter perdido a nacionalidade portuguesa, eram oficialmente apátridas. Regressaram a Paris em 1947.
Uma viagem que fez em 1958 pelo sul de Espanha estará na origem do desenvolvimento mais paisagista da sua pintura. Em 1966, fez cinquenta guaches para acompanhar um livro do poeta René Char. De 1970 a 1973, uma primeira retrospectiva da sua obra foi apresentada numa dezena de museus de província e, em 1974, na cidade de Paris. Uma grande exposição foi também realizada na Fundação Calouste Gulbenkian em Lisboa.
Depois da sua morte, uma nova retrospectiva foi exposta em 2000 na Câmara Municipal de Paris. A sua ligação com Portugal está bem consubstanciada na existência da Fundação Árpád Szenes-Vieira da Silva, que reúne em Lisboa os nomes e as obras dos dois grandes artistas.
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