quarta-feira, 30 de maio de 2012

EFEMÉRIDE Mário Lago, advogado, poeta, homem da rádio, letrista e actor brasileiro, morreu no Rio de Janeiro em 30 de Maio de 2002. Nascera na mesma cidade em 26 de Novembro de 1911.
Autor de sambas populares, como “Ai, que saudades da Amélia” e “Atire a primeira pedra”, ambos em parceria com Ataulfo Alves, tornou-se muito conhecido a partir das décadas 1940/1950. Em “Amélia”, a descrição daquela mulher ficou tão popular que se tornou sinónimo de mulher submissa, resignada e dedicada aos trabalhos domésticos.
Artisticamente, começou por se dedicar à poesia, tendo publicado o seu primeiro poema aos 15 anos. Iniciou a sua militância política na Faculdade de Direito da Universidade do Rio de Janeiro. Durante a década de 1930, a então principal faculdade de direito do Rio era um celeiro de Arte aliada à Política, onde estudaram Mário Lago e os seus contemporâneos Carlos Lacerda e Jorge Amado, entre outros. Formou-se em 1933, tendo-se tornado marxista por essa época. A sua opção pelos ideais comunistas fez com que fosse preso sete vezes – 1932, 1941, 1946, 1949, 1952, 1964 e 1969.
Exerceu a profissão de advogado apenas durante alguns meses. Em breve se envolveu no teatro de revista, tanto a escrever como a compor e a representar. Estreou-se como letrista de música popular com “Menina, eu sei de uma coisa”, em parceria com Custódio Mesquita, canção gravada em 1935. Seguiu-se “Nada além”, da mesma dupla de autores.
Na Rádio Nacional, foi actor e guionista, escrevendo a rádio novela “Presídio de Mulheres”. Ficou ainda mais popular junto do grande público, quando entrou em diversas telenovelas da Rede Globo: “O Casarão” e “Barriga de Aluguer”, entre outras. Também actuou em peças de teatro e em filmes, como “Terra em Transe”, de Glauber Rocha.
Mário Lago esteve na União Soviética, em 1957, a convite da Rádio Moscovo, para participar na reestruturação do programa “Conversando com o Brasil”, no qual participavam artistas e intelectuais brasileiros.
Em 1964, foi um dos nomes a encabeçar a lista dos que tiveram os seus direitos políticos suspensos pelo regime militar e perdeu as suas funções na Rádio Nacional.
Autor de vários livros, foi por sua vez biografado em 1998 por Mónica Velloso, na obra “Mário Lago: boémia e política”.
No Carnaval de 2001, foi tema do desfile da escola de samba Académicos de Santa Cruz. Em Janeiro de 2002, o Presidente da Câmara foi à sua residência no Rio para lhe entregar, solenemente, a Ordem do Mérito Parlamentar. Na última entrevista que concedeu ao “Jornal do Brasil”, revelou que estava a escrever a sua própria biografia. «Confiava que chegaria aos 100 anos». Dizia ele: «Fiz um acordo com o tempo. Nem ele me persegue, nem eu fujo dele». Morreu porém aos noventa, de enfisema pulmonar. Até ao fim da sua vida, manteve intensa actividade política e, mesmo doente, ainda participou na campanha presidencial de Lula da Silva. 

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