EFEMÉRIDE – David Keith Lynch, realizador de cinema, guionista, produtor, actor, fotógrafo, pintor e músico norte-americano, nasceu em Missoula no dia 20 de Janeiro de 1946. Conhecido pelos seus filmes inovadores e surrealistas, desenvolveu o seu próprio estilo cinematográfico, que foi chamado de “Lynchiano” e que é caracterizado por imagens oníricas e uma concepção sonora meticulosa. Na verdade, o surreal e – em muitos casos – os elementos violentos dos seus filmes deram-lhe a reputação de «perturbar, ofender ou mistificar» os espectadores.
Nascido numa família de classe média (o pai era cientista e a mãe professora), Lynch estudou pintura na Academia de Belas Artes da Pensilvânia, de onde fez a transição para o cinema. Decidindo dedicar-se mais à 7ª arte, mudou-se para Los Angeles, onde produziu o seu primeiro filme, “Eraserhead” (1976). Depois desta película se ter tornado um clássico no “circuito de filmes da meia-noite”, Lynch foi convidado por Mel Brooks para realizar “O Homem Elefante” (1980), que venceu o Grande Prémio de Avoriaz e teve oito nomeações para os Oscars, incluindo o de Melhor Realizador. Depois de ser sido contratado pelo De Laurentiis Entertainment Group, fez mais dois filmes: o épico de ficção científica “Dune” (1984), que foi um fracasso, e o thriller “Blue Velvet” (1986), que foi muito aclamado e nomeado para o Oscar da sua categoria.
Em 1990, ganhou a Palma de Ouro do Festival de Cannes com “Coração Selvagem”, protagonizado por Laura Dern e Nicolas Cage. Mais tarde, criou a sua própria série televisiva, a popular “Twin Peaks” (1990/92). Virou-se depois, mais empenhadamente, para o surrealismo. Teve ainda outra nomeação para os Oscars, com “Mulholland Drive” (2001).
Desde 1990, dedicou-se também à publicidade, fazendo campanhas para a Calvin Klein e a Nissan, entre outras empresas. Em 2002, foi presidente do júri do Festival de Cannes.
Produziu igualmente vários programas para a Internet, como a animação “DumbLand” (2002) e o sitcom surreal “Rabbits” (2002). Homem dos sete ofícios e de múltiplas facetas, foi protagonista de alguns filmes, tanto seus como de outros realizadores. Incorporou também como actores, nalgumas das suas realizações, figuras célebres da música, como Sting e David Bowie, entre outros.
Começou a praticar Meditação Transcendental em Los Angeles (1975), evocando o facto no seu livro “Catching the Big Fish”, onde explica o impacto desta técnica no seu processo criativo. Em 2005, criou a Fundação David Lynch, cujo objectivo é promover a paz no mundo através da meditação transcendental.
Em 2011, lançou o seu primeiro álbum musical a solo “Crazy Clown Time” e abriu um clube em Paris, a sua cidade de eleição – o Silêncio.
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