EFEMÉRIDE – Mehmet Ali Agca, terrorista de nacionalidade turca que cometeu o atentado contra o Papa João Paulo II em 13 de Maio de 1981, quando este circulava em carro aberto pela Praça de São Pedro no Vaticano, nasceu em Malatya no dia 9 de Janeiro de 1958. Foi libertado da cadeia de Sincan, nos arredores de Ancara, em 18 de Janeiro de 2010, depois de ter passado mais de 29 anos detido em prisões italianas e turcas. «Eu sou o Cristo eterno», disse ao ser posto em liberdade, no meio de outras frases desconexas, anunciando mesmo o fim do mundo.
Na sua juventude, Agca, órfão de pai desde 1966, tinha sido um pequeno delinquente e fez mesmo parte de um gang de rua. Mais tarde, foi contrabandista. Esteve seguidamente na Síria, onde teria recebido treino de armamento e de tácticas terroristas.
Ao ser detido em 1981, afirmou ser membro da Frente Popular para a Libertação da Palestina, ainda que esta organização negasse terminantemente qualquer relação com ele. Mais tarde, afirmou fazer parte de uma conspiração financiada pela Bulgária, com o apoio da KGB, para assassinar o Papa, em virtude do seu apoio ao movimento polaco “Solidariedade”, embora isto nunca tenha sido provado.
Agca foi condenado a prisão perpétua em Itália, mas beneficiou de uma amnistia do presidente italiano em Junho de 2000. O papa João Paulo II comentou entretanto, no dia 26 de Junho desse ano, o terceiro segredo de Fátima, dizendo que o atentado fazia parte do mesmo.
De regresso à Turquia, Agca foi preso pelo assassinato, em 1979, do jornalista Abdi İpekçi. Na época, fora condenado e detido numa prisão de alta segurança, mas conseguiu fugir. Suspeita-se que era simpatizante da organização de extrema-direita Lobos Cinzentos, que o ajudou na fuga e que na década de 1970 combatia todos os que fossem considerados de esquerda, como era o caso daquele jornalista.
No atentado, João Paulo II foi atingido na mão esquerda, no abdómen e no braço direito, mas as balas não chegaram a atingir órgãos vitais. O papa conversou em 1983 com Agca, na prisão de Rebibbia, e – segundo alguns relatos – falou também com a mãe dele, tranquilizando-a: «Fique calma, pois já perdoei o seu filho».
Em Maio de 2009, numa entrevista ao jornal “La Repubblica ”, Ali Agca disse que já tinha iniciado o processo para obter a nacionalidade portuguesa. Declarara, entretanto, ter abjurado a religião muçulmana e ser agora um fiel seguidor da igreja católica romana, acrescentando que esperava ir um dia rezar junto do túmulo de João Paulo II. Em Novembro de 2010, noutra entrevista a uma televisão turca, disse que fora o Vaticano quem planeara o atentado, afirmando que a ordem «Matem o Papa» fora dada por uma alta personalidade da Igreja.
Sem comentários:
Enviar um comentário