terça-feira, 11 de junho de 2013

11 DE JUNHO - RICARDO RANGEL

EFEMÉRIDERicardo Achiles Rangel, fotógrafo e fotojornalista moçambicano, morreu no Maputo em 11 de Junho de 2009. Nascera em Lourenço Marques (actual Maputo), no dia 15 de Fevereiro de 1924.
Filho de um empresário grego, Rangel tinha ascendência africana, europeia e chinesa. Foi criado por uma avó, nos subúrbios de Lourenço Marques. Nos anos 1960, contraiu matrimónio com uma senhora suíça, com quem viveu até falecer.
Ricardo Rangel começou a sua carreira de fotógrafo no início dos anos 1940, trabalhando na revelação de imagens num estúdio privado, o que despertou nele o interesse pela fotografia. Foi contratado como o “primeiro não branco” pelo jornal moçambicano “Notícias da Tarde”, onde trabalhou como fotógrafo em 1952. Quatro anos mais tarde, passou para o principal jornal de Moçambique, o “Notícias”.
Foi fotógrafo-chefe do semanário “A Tribuna”, de 1960 a 1964. Mudou-se para a cidade da Beira em meados dos anos 1960, trabalhando como fotógrafo para vários jornais, como o “Diário de Moçambique”, a “Voz Africana” e o “Notícias da Beira”. Regressou à capital no final da década de 1960, voltando para o “Notícias”.
Rangel juntou-se a quatro jornalistas moçambicanos em 1970, para fundar o semanário “Tempo” que, na verdade, viria a agir como a única publicação que se opunha ao governo colonial. Trabalhou no “Tempo” como fotógrafo-chefe, documentando frequentemente a pobreza e a política colonial. Muitas  das suas fotografias foram então destruídas ou proibidas pela Censura, não podendo ser publicadas ou exibidas até à independência de Moçambique. Ele era um alvo frequente da PIDE, a polícia política portuguesa.
Moçambique alcançou a independência em 1975 e Rangel teve um papel activo na formação de novos fotógrafos, durante o período pós-independência e na época da guerra civil. Foi nomeado chefe dos fotógrafos do “Notícias” em 1977, depois da maioria dos fotojornalistas portugueses ter deixado o país. Em 1981, tornou-se o primeiro director do semanário moçambicano “Domingo”. Dois anos depois, fundou o Centro de Formação (escola de fotografia) na cidade de Maputo.
Mostrou os seus trabalhos em África e na Europa, em exposições, publicações e museus. Foi eleito para a Assembleia Municipal de Maputo de 1998 a 2003, em representação do grupo de cidadãos “Juntos Pela Cidade”. Fundou também a Associação Fotográfica Moçambicana, sendo o primeiro presidente da organização e, posteriormente, seu presidente honorário. Em 2008, recebeu o doutoramento honoris causa em Ciências Sociais, «pela sua contribuição para a cultura moçambicana», da Universidade Eduardo Mondlane, que é a maior e mais antiga universidade de Moçambique.
Rangel morreu durante o sono aos 85 anos. O funeral contou com a presença de várias personalidades, incluindo a primeira-ministra de Moçambique. Música de jazz foi tocada durante o funeral, de acordo com a sua vontade. O filme “Ricardo Rangel – Ferro em Brasa”, realizado por Licínio de Azevedo, foi exibido no Instituto Camões, em Luanda, no quadro do Ciclo de Cinema da CPLP que decorreu na capital angolana em Setembro de 2009.

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