EFEMÉRIDE – Jonas Edward Salk, médico, biólogo, virologista e epidemiologista norte-americano, conhecido por ter sido o inventor da primeira vacina anti-poliomielite, morreu em La Jolla no dia 23 de Junho de 1995. Nascera em Nova Iorque , em 28 de Outubro de 1914.
Os pais eram imigrantes judeus oriundos da Rússia. Fez os seus estudos na Universidade de Michigan. Foi depois apoiado financeiramente pelo exército americano, que o contratou para desenvolver uma vacina contra a gripe, a ser aplicada nos combatentes da Segunda Guerra Mundial.
Depois dos primeiros sucessos, Salk criou o seu próprio laboratório na Universidade de Pittsburgh, onde se tornou também professor. A Infantile Paralysis Foundation concedeu-lhe uma generosa bolsa, que lhe permitiu descobrir em 1954 uma vacina contra a poliomielite. Depois de testada em mais de um milhão de crianças, a vacina foi declarada eficaz em Abril de 1955. Decidiu não registar a respectiva patente, para que a vacina ficasse mais acessível aos milhões de pessoas que dela necessitavam. Segundo algumas estimativas, ele teria assim renunciado a um lucro de cerca de 7 mil milhões de dólares. Em 1960, fundou em La Jolla o Salk Institute for Biological Studies, que se tornaria um dos maiores centros de pesquisas médicas do mundo.
Até 1955, quando a vacina começou a ser administrada, a poliomielite era considerada como o problema de saúde pública mais assustador do pós-guerra norte-americano. As epidemias anuais eram cada vez mais devastadoras. A epidemia de 1952 foi o pior surto na história dos Estados Unidos. Dos quase 58 mil casos notificados naquele ano, 3 145 pessoas morreram e 21 269 ficaram com algum tipo de paralisia. A maioria das vítimas eram crianças. De acordo com um documentário da PBS feito em 2009, o segundo maior temor dos americanos, naquela época, era a poliomielite, perdendo apenas para o medo que o país tinha de ser atacado por uma bomba atómica. Foi por isso que os cientistas iniciaram uma corrida frenética para encontrar um meio de prevenir e curar a doença. Salk trabalhou dezasseis horas por dia, sete dias por semana, durante muito tempo, para chegar à descoberta da vacina.
Em 1969, Jonas Salk encontrou em La Jolla , por intermédio de amigos comuns, Françoise Gilot, uma pintora que tinha vivido vários anos com Pablo Picasso (de quem teve dois filhos: Claude e Paloma Picasso). Casaram-se em 1970 na cidade de Paris e viveram juntos até à morte do cientista.
Nos últimos anos de vida, Salk dedicou muita da sua energia para tentar desenvolver uma vacina contra a Sida. Ele não buscava fama nem fortuna com as suas descobertas e teria mesmo dito: «A quem pertence a minha vacina? Ao povo! Alguém pode patentear o Sol?». Não tinha qualquer ambição de se tornar milionário, dizendo que o seu salário e as dádivas recebidas eram mais que suficientes para viver serenamente.
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