domingo, 12 de outubro de 2014

12 DE OUTUBRO - CARLOS, O CHACAL

EFEMÉRIDECarlos, o Chacal, de seu verdadeiro nome Ilich Ramírez Sánchez, auto-denominado «revolucionário esquerdista» e mercenário venezuelano, nasceu em Michelena, Táchira, no dia 12 de Outubro de 1949. A alcunha foi-lhe dada pela imprensa, depois de ter sido encontrado, no seu quarto de hotel, após o assassinato de dois polícias, um exemplar da novela de Frederick Forsyth “O Dia do Chacal”.
Em 1975, levou a cabo um dos mais espectaculares actos terroristas, sequestrando vários ministros de países-membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), que estavam reunidos em Viena de Áustria. Nas décadas de 1970 e 1980, ele era o homem mais procurado no mundo por todos os serviços secretos ocidentais.
Filho de um advogado venezuelano, estudou numa escola de Caracas e juntou-se ao movimento da juventude comunista em 1959. Em 1966, após o divórcio dos pais, foi com a mãe e um irmão para Londres, onde continuou os estudos na Faculdade de Stafford House Tutorial em Kensington. Em 1968, o pai tentou levá-lo para a Universidade da Sorbonne, mas ele obteve uma bolsa de estudos e preferiu ir para a Universidade Patrice Lumumba em Moscovo, de onde foi expulso em 1970. Fala fluentemente espanhol, árabe, russo, inglês e francês.
Em 1973, com 24 anos, ingressou na Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP) em Amã, capital da Jordânia. Tentou, sem sucesso, assassinar em Londres o empresário judeu Joseph Shieff, presidente da Marks & Spencer e vice-presidente da Federação Sionista do Reino Unido e Irlanda.
Em 1975, executou o sequestro que lhe deu fama mundial, retendo onze ministros de países-membros da OPEP, que estavam reunidos em Viena. O incidente saldou-se com a morte de três pessoas e a sua fuga.
O sequestro dos membros da OPEP foi o início de uma série de acções terroristas: um granada contra um banco israelita em Londres, duas bombas numa farmácia em Paris, atentados contra aviões de Israel estacionados no aeroporto de Orly e ataque contra um comboio de passageiros que ia de Paris para Toulouse e onde era suposto ir o primeiro-ministro francês Jacques Chirac. Em todas estas acções, conseguiu sempre fugir às diversas polícias secretas.
Ele era, naquela época, o “inimigo público” mais procurado do mundo. Ao contrário de Bin Laden, Ilich participava pessoalmente nas acções, onde era o responsável por tudo, apenas tendo colaboradores para o ajudar.
A sua neutralização não é muito clara, visto que a CIA, a DST francesa e a Mossad israelita tentaram em vão, ao longo dos anos, neutralizar as suas acções. Considera-se que com o fim da Guerra Fria, no início da década de 1990, a falta de oferta de acções e a sua já debilitada saúde fizeram com que ele se retirasse da vida de terrorista, passando por uma série de países em busca de exílio até se fixar no Sudão. Não há, porém, um consenso a respeito da sua inactividade desde o fim dos anos 1980 até ao início dos anos 1990.
Em Agosto de 1994, durante o seu internamento numa clínica em Cartum (capital do Sudão) para uma operação cirúrgica, foi adormecido com anestesia geral, conduzido ao aeroporto e colocado num jacto do Governo francês com destino a uma das cadeias de alta segurança dos arredores de Paris. Não são claras as circunstâncias que levaram o governo do Sudão, um dos países que figurava na lista negra norte-americana dos Estados apoiantes do terrorismo, a entregar Carlos à DST e nem se sabe se a operação foi realmente da DST, do governo do Sudão ou se foi resultado da cooperação de vários serviços internacionais.
Mais tarde, já durante o julgamento pela morte de dois polícias da DST e um denunciante palestiniano, o Chacal nunca mostrou arrependimento pelos ataques que perpetrou. Logo na primeira audiência, questionado pelo presidente do tribunal acerca da sua profissão, respondeu: «Sou um revolucionário profissional». Em Dezembro de 1997, foi condenado a prisão perpétua.
Na prisão, converteu-se ao islamismo. Em Novembro de 2001, manifestou a sua admiração pelos autores dos atentados do 11 de Setembro nos Estados Unidos. Em 2002, publicou a sua autobiografia intitulada “O Islão Revolucionário”, na qual declara o seu apoio a Bin Laden.
Em Dezembro de 2011, Ilich Ramírez Sánchez recebeu nova sentença, então pela morte de 11 pessoas em atentados terroristas ocorridos na década de 1980, sendo condenando a nova prisão perpétua.

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