EFEMÉRIDE
– Carlos, o Chacal, de seu verdadeiro nome Ilich Ramírez Sánchez,
auto-denominado «revolucionário esquerdista» e mercenário venezuelano,
nasceu em Michelena, Táchira, no dia 12 de Outubro de 1949. A alcunha foi-lhe dada pela imprensa, depois de ter
sido encontrado, no seu quarto de hotel, após o assassinato de dois polícias,
um exemplar da novela de Frederick Forsyth “O Dia do Chacal”.
Em
1975, levou a cabo um dos mais espectaculares actos terroristas, sequestrando
vários ministros de países-membros da Organização dos Países Exportadores de
Petróleo (OPEP), que estavam reunidos em Viena de Áustria. Nas
décadas de 1970 e 1980, ele era o homem mais procurado no mundo
por todos os serviços secretos ocidentais.
Filho
de um advogado venezuelano, estudou numa escola de Caracas e juntou-se ao
movimento da juventude comunista em 1959. Em 1966, após o divórcio dos pais,
foi com a mãe e um irmão para Londres, onde continuou os estudos na Faculdade
de Stafford House Tutorial em Kensington. Em 1968, o pai tentou levá-lo para a Universidade
da Sorbonne, mas ele obteve uma bolsa de estudos e preferiu ir para a Universidade
Patrice Lumumba em Moscovo, de onde foi expulso em 1970. Fala fluentemente
espanhol, árabe, russo, inglês e francês.
Em
1973, com 24 anos, ingressou na Frente Popular para a Libertação da
Palestina (FPLP) em Amã, capital da Jordânia. Tentou, sem sucesso,
assassinar em Londres o empresário judeu Joseph Shieff, presidente da Marks
& Spencer e vice-presidente da Federação Sionista do Reino Unido e Irlanda.
Em
1975, executou o sequestro que lhe deu fama mundial, retendo onze ministros de
países-membros da OPEP, que estavam reunidos em Viena. O incidente
saldou-se com a morte de três pessoas e a sua fuga.
O
sequestro dos membros da OPEP foi o início de uma série de acções
terroristas: um granada contra um banco israelita em Londres, duas bombas numa
farmácia em Paris, atentados contra aviões de Israel estacionados no aeroporto
de Orly e ataque contra um comboio de passageiros que ia de Paris para Toulouse
e onde era suposto ir o primeiro-ministro francês Jacques Chirac. Em todas
estas acções, conseguiu sempre fugir às diversas polícias secretas.
Ele
era, naquela época, o “inimigo público” mais procurado do mundo. Ao contrário
de Bin Laden, Ilich participava pessoalmente nas acções, onde era o responsável
por tudo, apenas tendo colaboradores para o ajudar.
A
sua neutralização não é muito clara, visto que a CIA, a DST
francesa e a Mossad israelita tentaram em vão, ao longo dos anos,
neutralizar as suas acções. Considera-se que com o fim da Guerra Fria,
no início da década de 1990,
a falta de oferta de acções e a sua já debilitada saúde
fizeram com que ele se retirasse da vida de terrorista, passando por uma série
de países em busca de exílio até se fixar no Sudão. Não há, porém, um consenso
a respeito da sua inactividade desde o fim dos anos 1980 até ao início
dos anos 1990.
Em
Agosto de 1994, durante o seu internamento numa clínica em Cartum (capital do
Sudão) para uma operação cirúrgica, foi adormecido com anestesia geral,
conduzido ao aeroporto e colocado num jacto do Governo francês com destino a
uma das cadeias de alta segurança dos arredores de Paris. Não são claras as
circunstâncias que levaram o governo do Sudão, um dos países que figurava na
lista negra norte-americana dos Estados apoiantes do terrorismo, a entregar
Carlos à DST e nem se sabe se a operação foi realmente da DST, do
governo do Sudão ou se foi resultado da cooperação de vários serviços
internacionais.
Mais
tarde, já durante o julgamento pela morte de dois polícias da DST e um
denunciante palestiniano, o Chacal nunca mostrou arrependimento pelos ataques
que perpetrou. Logo na primeira audiência, questionado pelo presidente do
tribunal acerca da sua profissão, respondeu: «Sou um revolucionário
profissional». Em Dezembro de 1997, foi condenado a prisão perpétua.
Na
prisão, converteu-se ao islamismo. Em Novembro de 2001, manifestou a sua
admiração pelos autores dos atentados do 11 de Setembro nos Estados
Unidos. Em 2002, publicou a sua autobiografia intitulada “O Islão
Revolucionário”, na qual declara o seu apoio a Bin Laden.
Em
Dezembro de 2011, Ilich Ramírez Sánchez recebeu nova sentença, então pela morte
de 11 pessoas em atentados terroristas ocorridos na década de 1980,
sendo condenando a nova prisão perpétua.
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