EFEMÉRIDE
– Denise-Ève Curie Labouisse, pianista, mulher de letras, jornalista,
conferencista e diplomata francesa, morreu em Nova Iorque no dia 22
de Outubro de 2007. Nascera em Paris, em 6 de Dezembro de 1904. Era filha de Pierrre e Marie Curie, e irmã
de Irène Joliot-Curie.
Estudou
no Colégio Sévigné, onde obteve o bacharelato em 1925. Contrariamente
aos pais e irmã, não quis seguir uma carreira científica. Encorajada pela mãe,
preferiu os estudos literários e artísticos. Formada por Ignacy Paderewski, começou
a carreira como pianista, apresentando-se ao público pela primeira vez em Paris
(1925).
Em
1937, publicou a biografia de sua mãe (“Madame Curie”) falecida em Julho
de 1934, vítima de leucemia. Esta obra seria adaptada ao cinema pela MGM
em 1943. O pai falecera em Abril de 1906, atropelado por uma carroça. A irmã
Irène morreu em Março de 1956, aos 58 anos, também vítima de leucemia.
No
começo da Segunda Guerra Mundial e depois da ocupação alemã, refugiou-se
em Inglaterra, onde se juntou ao movimento França Livre. Utilizou as
suas palavras e a sua voz na imprensa, na rádio e em conferências.
Como
retaliação, o regime de Vichy retirou-lhe a cidadania francesa em 1941, pelo
que se mudou para os Estados Unidos. Em Novembro desse ano, foi contratada pelo
“Herald Tribune Syndicate” de Nova Iorque e pelo “Allied Newspaper”
de Londres como correspondente de guerra. Em Março de 1942, entrevistou Gandhi.
Em “Jornada
entre guerreiros” (1943), outro dos seus livros, narrou a sua passagem por
vários países, nas frentes de batalha da Segunda Guerra Mundial: Líbia,
Rússia, Birmânia e China.
Regressada
a Inglaterra, alistou-se no Corpo de Voluntárias da França Combatente e
tornou-se condutora de ambulâncias na frente de Itália. Em 1943, o general
Brosset integrou-a numa brigada, com o posto de tenente. Desembarcou com as
tropas francesas na Provença em Agosto de 1944.
O
general de Gaulle rendeu-lhe homenagem num discurso que pronunciou em Alger em
Outubro de 1943. Em Novembro, escreveu-lhe: «Não esqueço quanto a sua
atitude, desde o princípio, foi corajosa e felicito-a pelo que continua a fazer
neste momento».
Em
Novembro de 1944, Ève recebeu a Cruz de Guerra e fundou com Philippe
Barrès o diário “Paris-Presse, que co-dirigiu até 1949. Foi também
conselheira especial do Secretário-geral da NATO.
Em
1954, casou-se com Henry Richardson Labouisse, posteriormente embaixador dos
Estados Unidos na Grécia (1965/79) e director executivo da UNICEF durante
15 anos. No desempenho das suas funções, viajaram por mais de uma centena de
países.
Ève
Curie foi administradora da Fundação Curie de 1957 a 1967, na qualidade de
representante de Marie Curie, a sua fundadora. Foi distinguida com o oficialato
da Legião de Honra durante uma cerimónia realizada na UNICEF, «homenageando
a sua enorme contribuição para as causas humanitárias». Enviuvou em 1987,
falecendo 20 anos depois com a idade de 102 anos.
Era
doutora honoris causa do Mills College, do Russell Sage
College e da Universidade de Rochester.
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