EFEMÉRIDE
– Henri Verneuil, de seu verdadeiro nome Achod Malakian, realizador, cenarista
e produtor de cinema francês, de origem arménia, nasceu em Rodosto no dia 15 de
Outubro de 1920. Morreu em Bagnolet, na periferia de Paris, em 11 de
Janeiro de 2002.
Em
Dezembro de 1924, a
família Malakian desembarcou no cais da Joliette, em Marselha, juntamente com
muitos outros refugiados arménios, sobreviventes do genocídio perpetrado pelo
governo dos Jovens Turcos do Império Otomano.
Adaptaram-se
à vida local. O jovem Verneuil, depois de fazer os estudos elementares,
formou-se em engenharia na École Nationale Supérieure d'Arts et
Métiers, em Aix-en-Provence (1943). Depois, ainda trabalhou como jornalista
na revista “Horizon” (1944), antes de iniciar a sua carreira de
cineasta.
Em
1947, convenceu o comediante Fernandel, já então famoso, a participar num
documentário sobre Marselha (cidade natal do actor). Tratava-se de “Escale
au soleil” e foi o seu primeiro filme.
Em
1949, conseguiu emprego em Paris como assistente de realização. Paralelamente,
realizou vários filmes de curta-metragem. “La Table aux crevés,” de 1951, também
protagonizado por Fernandel, foi a sua primeira longa-metragem. Muitos outros
filmes se seguiram, estrelados por nomes famosos do cinema.
Na
década de 1960, esteve nos Estados Unidos para a rodagem dos filmes “25ª
Hora” e “A Batalha de São Sebastião”, ambos com Anthony Quinn,
respectivamente em 1967 e 1969. De regresso a França, realizou – com o apoio da
20th Century Fox – “Le Clan des Siciliens”. O filme reuniu três
grandes actores do cinema francês: Jean Gabin, Lino Ventura e Alain Delon.
Somando
sucessos, produziu e realizou em 1971
a película “Le Casse”, para a Columbia
Pictures, reunindo os actores Jean-Paul Belmondo, Omar Sharif e Robert
Hossein, entre outros. Seguiu-se “Le Serpent” em 1973, um filme de
espionagem com Yul Brynner, Henry Fonda, Dirk Bogarde e Philippe Noiret. Em
1975, reencontrou Belmondo (que se tornaria o seu actor fetiche) em “Peur
sur la ville”.
Sem
deixar o cinema espectáculo, orientou depois a sua obra para a crítica
política. Com Belmondo, realizou “Le Corps de mon ennemi” (1976), onde criticou
certos meios políticos burgueses que se comprometiam com o universo do crime.
Criou em seguida a sua própria empresa de produção, o que lhe permitiu fazer
mais facilmente filmes sobre diversos temas políticos, como o assassinato de JF
Kennedy, as multinacionais e a globalização.
Realizou
o seu último filme comercial em 1984: “Les Morfalous”. O actor principal
era Belmondo, com quem trabalhava pela sétima e última vez.
Em
1991, realizou “Mayrig”, com Omar Sharif e Claudia Cardinale, baseado
num romance, em que ele tinha narrado a saga da sua família. Lançado em 1985,
alguns anos após a morte da sua mãe, o livro tinha sido traduzido em 37
línguas. Em 1992, Verneuil realizou a continuação de “Mayrig” – “588,
rue Paradis”, que encerrou a sua carreira de cineasta.
Em
1996, recebeu o César de Honra pelo conjunto da sua obra. No mesmo ano,
foi lançado o documentário “Henri Verneuil 50 anos de cinema”. Em Março
de 2000, foi eleito para a Academia das Belas Artes.
Quando
faleceu, as cerimónias fúnebres tiveram lugar na Catedral Arménia de
Saint-Jean-Baptiste, em Paris, com a presença de Alain Delon, Charles
Aznavour, Pierre Cardin e Claudia Cardinale, entre outras personalidades. Foi
sepultado no cemitério de Saint-Pierre, em Marselha.
Segundo
estatísticas feitas desde 1945, Henri Verneuil é o realizador francês que teve
mais espectadores durante a sua carreira. Com os seus 34 filmes, atingiu no
total cerca de 92 milhões de espectadores.
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