quinta-feira, 23 de outubro de 2014

23 DE OUTUBRO - ABDEL AZIZ AL-RANTISSI

EFEMÉRIDEAbdel Aziz Al-Rantissi, médico e político palestiniano, nasceu em Yubna, perto de Jaffa, no dia 23 de Outubro de 1947. Morreu na cidade de Gaza, em 17 de Abril de 2004. Juntamente com o líder espiritual Ahmed Yassin, foi um dos fundadores do movimento de resistência islâmico Hamas (1987).
A sua família tinha fugido da Guerra de 1948 em direcção à faixa de Gaza, instalando-se no campo de refugiados de Khan Younis. Abdel Aziz, então com seis meses, viveu num casebre, juntamente com os pais e os onze irmãos. Começou a estudar aos seis anos, numa escola pertencente a uma agência de socorro das Nações Unidas
Acabou os estudos secundários em 1965, ingressando seguidamente na Faculdade de Medicina de Alexandria, no Egipto, onde se licenciou em 1972. Durante os seus estudos no Egipto, foi particularmente influenciado pela filosofia dos Irmãos Muçulmanos.  
Em 1976, voltou para Gaza depois de completar os seus estudos e especializações. Começou por trabalhar como médico interno no Hospital de Nasser, o maior centro médico de Khan Younis. Tornou-se membro dos Irmãos Muçulmanos.
Foi membro do centro islâmico da Associação Médica Árabe em Gaza e do Crescente Vermelho palestiniano. Em 1978, associou-se à abertura da Faculdade de Ciências da Universidade Islâmica de Gaza, onde dirigiu cursos de Genética e de Parasitologia. Tornou-se também chefe do serviço de Pediatria do Hospital Governamental de Khan Younis.
Em Fevereiro de 1988, foi detido pela terceira vez pelas autoridades israelitas. Ficou na prisão dois anos e meio, «devido  às suas actividades contra o Estado de Israel». Em Dezembro de 1992, foi expulso pelas autoridades israelitas, juntamente com mais de 400 activistas do Hamas, e enviado para o sul do Líbano.
Conseguiu voltar à Palestina, onde foi preso e condenado por um tribunal militar. Ficou na prisão até meados de 1997. Voltou a ser preso várias vezes.
Quando Ahmed Yassin, juntamente com quatro guardas, foi morto em Março de 2004 por um míssil disparado de um helicóptero da Força Aérea Israelita, Rantissi assumiu a liderança política do Hamas, sendo o seu principal porta-voz na faixa de Gaza.
Abdel Aziz era considerado um membro da linha dura do Hamas e sempre se posicionou contra qualquer compromisso com Israel, na defesa da criação de um Estado palestiniano. «O nosso principal objectivo é a libertação da faixa de Gaza, Cisjordânia e Jerusalém, e nada mais. Mas não temos força para libertar toda a nossa terra» – disse Rantissi à BBC em 2002. «Na nossa religião, é proibido abrir mão de parte da nossa terra, portanto, não podemos reconhecer Israel de forma alguma. Mas podemos aceitar uma trégua e viver lado a lado, deixando que essas questões sejam decididas pelas próximas gerações».
Abdel Al-Rantissi foi o segundo líder do Hamas a ser morto pelas forças israelitas no espaço de 25 dias (menos de um mês depois de Yassin e nas mesmas circunstâncias). Os helicópteros dispararam dois mísseis contra o veículo em que Rantissi viajava com um guarda-costas e um dos seus filhos, numa rua central de Gaza. O guarda-costas e o filho morreram no local, enquanto Rantissi foi levado para o hospital, em estado crítico, vindo a falecer. Era casado e pai de seis filhos.
Rantissi era considerado um terrorista pelos Estados Unidos, pela União Europeia e por Israel. Para os árabes, porém, ele era acima de tudo um defensor da causa palestiniana. A União Europeia condenou o assassinato. Os Estados Unidos, se bem que não o condenando expressamente, pediram a Israel para «reflectir atentamente sobre as consequências dos seus actos». 

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