terça-feira, 26 de janeiro de 2021

26 DE JANEIRO - AFONSO LOPES VIEIRA

EFEMÉRIDE - Afonso Lopes Vieira, poeta português, nasceu em Leiria no dia 26 de Janeiro de 1878. Morreu em Lisboa, em 25 de Janeiro de 1946, na véspera de completar 68 anos.

Fez-se bacharel em Leis, na Universidade de Coimbra, em 1900. Sobre o seu percurso universitário, viria a revelar, anos depois, ter sido «o mesmo aluno medíocre que já fora nos liceus».

Terminados os estudos, Lopes Vieira começou por tentar o exercício da advocacia, junto do seu pai, Afonso Xavier Lopes Vieira. Em 1906, porém, abandonou essa carreira, radicando-se em Lisboa, onde foi exercer o ofício de redactor na Câmara dos Deputados. Manteve-se nessa função até 1916, quando passou a dedicar-se exclusivamente à actividade literária.

Na capital, Lopes Vieira morou no prédio que foi implantado no espaço do desaparecido Mosteiro de Nossa Senhora da Rosa, que seria propriedade do poeta entre 1927 e 1942. Em frente, existe hoje o seu busto.

Ainda jovem, Afonso Lopes Vieira descobriu os clássicos da literatura através da biblioteca do seu tio-avô, o poeta Rodrigues Cordeiro e iniciou a sua colaboração em jornais manuscritos, de que são exemplos “A Vespa” e “O Estudante”.

Com a publicação do livro “Para Quê?”  (1897), fez a sua estreia poética, iniciando um período de significativa actividade literária - “Ar Livre” (1906), “O Pão e as Rosas” (1908), “Canções do Vento e do Sol” (1911), “Poesias sobre as Cenas Infantis de Shumann” (1915), “Ilhas de Bruma” (1917), “País Lilás, Desterro Azul” (1922) - encerrando a sua actividade poética, assim julgava, com a antologia “Versos de Afonso Lopes Vieira” (1927). A sua derradeira publicação seria afinal “Onde a terra se acaba e o mar começa” (1940).

Depois do seu falecimento, a casa de São Pedro de Moel, outrora lugar de tertúlias de escritores e intelectuais, foi transformada em casa-museu e é hoje parte das instalações da Colónia Balnear Afonso Lopes Vieira, que o poeta, ao legar o edifício à Câmara Municipal da Marinha Grande, em 1938, destinou a casa de férias dos filhos dos operários vidreiros, bombeiros e trabalhadores das matas nacionais.

Em 1949 a Câmara Municipal de Lisboa atribuiu o nome do poeta a uma artéria da capital, entre a Avenida do Brasil e a Avenida da Igreja, em Alvalade. A Biblioteca Municipal de Leiria Afonso Lopes Vieira, cujo edifício actual foi inaugurado em 1997, contempla a reconstituição da sua biblioteca e gabinete de trabalho, que tinha no Palácio da Rosa, e parte das obras que este herdara de Rodrigues Cordeiro, além de várias peças do mobiliário de sua casa, graças à intervenção de Américo Cortez Pinto.

Em 14 de Fevereiro de 1920, Lopes Vieira foi agraciado com o grau de Grande-Oficial da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada.

Afonso Lopes Vieira é considerado um grande poeta, ligado à corrente da chamada Renascença Portuguesa e um dos primeiros representantes do Neogarretismo. Deixou cerca de 60 obras publicadas.

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