EFEMÉRIDE – Sammy Davis Jr., notável artista norte-americano, cantor, actor, dançarino e músico, faleceu em Beverly Hills no dia 16 de Maio de 1990, vítima de doença oncológica na garganta. Nascera no bairro de Harlem, em Nova Iorque, em 8 de Dezembro de 1925.
Em 1954, depois de lançar o seu primeiro álbum, afastou-se durante algum tempo devido a um acidente automobilístico em que perdeu o olho esquerdo e em que ia perdendo a própria vida. Passou a usar um olho de vidro. Durante a estadia no hospital, um amigo falou-lhe dos pontos comuns entre a condição dos negros americanos e a do povo judeu. Sammy viria a converter-se ao judaísmo depois de ler, durante a convalescença, um livro sobre a história dos judeus.
Sammy tinha apenas três anos quando os pais se divorciaram. O pai, que era actor, levou-o em tournée para não perder a sua guarda. A mãe seria cubana, apesar de Sammy afirmar sempre que ela era porto-riquenha. Mentia, segundo um dos seus biógrafos, para não ser confrontado com os sentimentos anti-cubanos que eram apanágio da América dos anos 1960, sobretudo quando da “crise dos mísseis” em 1962.
Aprendeu a dançar com o pai e com um tio também artista. Super protegido pelo pai só se sentiu verdadeiramente vítima do racismo a partir dos dezoito anos, sobretudo quando fez o serviço militar. Em breve descobriu que a luz dos projectores constituíam a sua única defesa contra o racismo. O seu talento era uma arma, uma força e um meio para se defender.
De regresso à vida civil, participou em vários espectáculos de dança e de canto, começando a conhecer o sucesso. Uma editora de discos descobriu-o e lançou-o no mundo da música. Em 1956 conseguiu um papel secundário numa comédia musical na Broadway, que foi um sucesso e teve mais de 400 representações.
Em 1959, Frank Sinatra convidou-o, juntamente com Dean Martin, para fazer parte de um grupo que ele liderava. Gravou dezenas de discos e entrou em numerosos filmes.
Tendo-se tornado uma verdadeira estrela do espectáculo, Sammy Davis Jr. recusou-se a actuar em salas que praticavam a segregação racial.
Em várias autobiografias que escreveu, Sammy nunca escondeu o seu estilo de vida desregrado, onde se misturavam o álcool, a cocaína, as mulheres e alguns problemas financeiros.
Em 1960, casou-se com uma actriz de origem sueca o que chocou a América, onde ainda eram proibidos os casamentos inter-raciais em 31 Estados. Tiveram uma filha e adoptaram duas outras crianças. Acabaram no entanto por se divorciar. Casou-se com uma dançarina em 1970 e com ela viveu até à hora da morte em 1990.
Foi organizado um leilão depois do seu falecimento, para pagar as numerosas dívidas que deixara, sobretudo relativas a impostos reclamados pelo Estado Federal.
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