EFEMÉRIDE – Mohammed Dib, escritor argelino de língua francesa, autor de romances, novelas, poesias, peças de teatro e contos infantis, morreu perto de Paris, em 2 de Maio de 2003. Nascera em Tlemcen, no dia 21 de Julho de 1920.
Originário de uma família burguesa mas em parte arruinada, começou os seus estudos na cidade natal, sem frequentar a escola corânica, prosseguindo-os depois em Oujda e em Marrocos.
Após a morte do pai em 1931 começou a escrever e também a pintar. O encontro com um professor francês, que viria a ser seu sogro, incentivou-o a seguir a carreira literária. De 1938 a 1940 tornou-se também professor, ensinando numa escola perto da fronteira marroquina. No cumprimento do serviço militar, foi contabilista, requisitado pelos serviços civis de engenharia e, finalmente em 1943/1944 intérprete franco - inglês junto dos exércitos aliados na Argélia.
De volta a Tlemcen em 1945, ocupou-se durante dois anos em desenhar maquetas de tapetes, realizados e vendidos seguidamente sob o seu controlo. Publicou um primeiro poema em 1946 na revista Suiça “Les Lettres”. Num encontro organizado em 1948 pelos “Movimentos de Juventude e de Educação Popular” conheceu vários escritores franceses, entre os quais Albert Camus. De 1950 a 1952 trabalhou no jornal progressista “Alger républicain”, publicando reportagens, artigos políticos e crónicas sobre teatro. Escreveu igualmente para “Liberté”, jornal do Partido comunista argelino. Mohammed Dib lia muito, sobretudo clássicos franceses, escritores americanos e romancistas soviéticos e italianos.
Em 1952 fez uma estadia em França onde publicou “La Grande Maison”, primeiro volume da trilogia “Argélia”, inspirada pela sua terra natal e descrevendo a atmosfera do mundo rural. Os dois volumes seguintes (“L'Incendie” et “Le Métier à tisser”) apareceram nos escaparates em 1954, ano em que começou a guerra de libertação.
Em “Un Été Africain”, Mohammed abordou já explicitamente a guerra pela independência e foi expulso da Argélia pela polícia colonial em virtude das suas “actividades militantes”. Os escritores franceses André Malraux e Albert Camus intervieram para que ele se instalasse em França. Assim aconteceu, indo morar no Sul, em casa dos sogros. Efectuou então várias viagens a países do Leste e a Marrocos.
Em 1964 mudou-se para a região parisiense, continuando sempre a escrever e a publicar, privilegiando temas como a condição humana, a feminilidade e a morte. Iniciou uma nova trilogia sobre a “Algéria de hoje”.
Nos anos setenta foi ensinar na Universidade da Califórnia o que virá a inspirar um romance publicado em 2003. Deslocou-se várias vezes à Finlândia, onde colaborou na tradução de escritores finlandeses. Estas estadias inspiraram-lhe a “Trilogia Nórdica” publicada em 1989. Fez parte de júris literários nos Estados Unidos e publicou em 1975 a recolha de poemas “Omneros ”.
Nos anos oitenta foi professor no “Centro Internacional de Estudos Francófonos” na Sorbonne.
Mohammed Dib recebeu inúmeros prémios, entre os quais o "Grande Prémio da Francofonia" da "Academia Francesa", atribuído pela primeira vez a um escritor do Magreb. Morreu aos 82 anos.
Originário de uma família burguesa mas em parte arruinada, começou os seus estudos na cidade natal, sem frequentar a escola corânica, prosseguindo-os depois em Oujda e em Marrocos.
Após a morte do pai em 1931 começou a escrever e também a pintar. O encontro com um professor francês, que viria a ser seu sogro, incentivou-o a seguir a carreira literária. De 1938 a 1940 tornou-se também professor, ensinando numa escola perto da fronteira marroquina. No cumprimento do serviço militar, foi contabilista, requisitado pelos serviços civis de engenharia e, finalmente em 1943/1944 intérprete franco - inglês junto dos exércitos aliados na Argélia.
De volta a Tlemcen em 1945, ocupou-se durante dois anos em desenhar maquetas de tapetes, realizados e vendidos seguidamente sob o seu controlo. Publicou um primeiro poema em 1946 na revista Suiça “Les Lettres”. Num encontro organizado em 1948 pelos “Movimentos de Juventude e de Educação Popular” conheceu vários escritores franceses, entre os quais Albert Camus. De 1950 a 1952 trabalhou no jornal progressista “Alger républicain”, publicando reportagens, artigos políticos e crónicas sobre teatro. Escreveu igualmente para “Liberté”, jornal do Partido comunista argelino. Mohammed Dib lia muito, sobretudo clássicos franceses, escritores americanos e romancistas soviéticos e italianos.
Em 1952 fez uma estadia em França onde publicou “La Grande Maison”, primeiro volume da trilogia “Argélia”, inspirada pela sua terra natal e descrevendo a atmosfera do mundo rural. Os dois volumes seguintes (“L'Incendie” et “Le Métier à tisser”) apareceram nos escaparates em 1954, ano em que começou a guerra de libertação.
Em “Un Été Africain”, Mohammed abordou já explicitamente a guerra pela independência e foi expulso da Argélia pela polícia colonial em virtude das suas “actividades militantes”. Os escritores franceses André Malraux e Albert Camus intervieram para que ele se instalasse em França. Assim aconteceu, indo morar no Sul, em casa dos sogros. Efectuou então várias viagens a países do Leste e a Marrocos.
Em 1964 mudou-se para a região parisiense, continuando sempre a escrever e a publicar, privilegiando temas como a condição humana, a feminilidade e a morte. Iniciou uma nova trilogia sobre a “Algéria de hoje”.
Nos anos setenta foi ensinar na Universidade da Califórnia o que virá a inspirar um romance publicado em 2003. Deslocou-se várias vezes à Finlândia, onde colaborou na tradução de escritores finlandeses. Estas estadias inspiraram-lhe a “Trilogia Nórdica” publicada em 1989. Fez parte de júris literários nos Estados Unidos e publicou em 1975 a recolha de poemas “Omneros ”.
Nos anos oitenta foi professor no “Centro Internacional de Estudos Francófonos” na Sorbonne.
Mohammed Dib recebeu inúmeros prémios, entre os quais o "Grande Prémio da Francofonia" da "Academia Francesa", atribuído pela primeira vez a um escritor do Magreb. Morreu aos 82 anos.
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