Filha única de pai russo e de nãe paraense, estudou em Belém, Fortaleza e Rio de Janeiro. Desde pequena, sentiu a necessidade pelo Saber e uma atracção pela Cultura da terra natal, apreendendo todos os seus elementos, sobretudo os transmitidos pela família do lado materno.
Em 1936, o pai, devido ao trabalho, levou a família para o Nordeste, onde fixou residência em Fortaleza. Em 1942 os pais separaram-se e Olga foi para o Rio de Janeiro onde passou a morar com um tio, junto do qual desenvolveu as suas tendências para escritora. Aos onze anos já redigia um jornalzinho, incentivada por um vizinho que a remunerava por isso. Sua mãe tentou contrariá-la, pois preferia que ela se dedicasse à música. Olga começou então a escrever num pequeno caderno preto que deixava guardado numa biblioteca, temendo que a mãe o destruísse. Aos 18 anos voltou à terra onde nascera e passou a estudar no Colégio Moderno. Mais tarde decidiu voltar ao Rio de Janeiro, onde alicerçou a sua carreira de escritora.
Escreve em vários estilos literários: poeta (como gosta de ser chamada), contista, romancista, crítica, jornalista, tradutora e ensaísta. Foi a primeira mulher brasileira a lançar um livro inteiro de poemas eróticos.
Ao longo da sua carreira recebeu inúmeros prémios entre os quais dois “Jabuti” da Câmara Brasileira do Livro.
Traduziu mais de 40 obras de mestres hispano-americanos, entre os quais Borges, Cortázar, Lorca, Neruda, Octavio Paz, Semprún e Vargas Llosa. Organizou várias antologias de poesia, tendo representado o Brasil no “Poetry International” (1985), congresso mundial realizado em Roterdão. Parte da sua obra está presente em diversas antologias brasileiras e internacionais. Colabora em vários jornais e revistas culturais do Brasil e também no estrangeiro.
A Antologia de Poesia da América Latina, editada na Holanda em 1994, com trabalhos de apenas 18 poetas - inclusive dois Prémios Nobel (Neruda e Octávio Paz) - inclui Olga Savary entre os maiores poetas do continente. Olga Savary é membro titular do Pen Clube (associação mundial de escritores, vinculada à UNESCO), da Comissão de Defesa da Liberdade de Imprensa e Direitos Humanos da Associação Brasileira de Imprensa e do Instituto Brasileiro de Cultura Hispânica. Por serviços relevantes prestados à cultura brasileira, foi escolhida “Mulher do Ano” pelo jornal O Globo em 1975 e pela Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo em 1996.
A sua poesia é radicalmente feminina. Simultaneamente, as raízes culturais brasileiras estão presentes em toda a sua obra, inclusive no uso sistemático de palavras em língua tupi.
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