EFEMÉRIDE – Anna Langfus, de seu verdadeiro nome Anna-Regina Szternfinkiel, escritora de língua francesa, judia de origem polaca, morreu em 12 de Maio de 1966. Nascera em 2 de Janeiro de 1920. Passou a infância e a adolescência em Lublin, no seio de uma família judia com vida desafogada.
Casou-se aos dezoito anos e partiu logo para a Bélgica com o marido, um ano mais velho. Ele foi estudar na Escola de Têxteis de Ververs. Anna voltou para junto da família em 1939 e seria depois apanhada pela guerra.
Conheceu em 1942 os guetos de Lublin e de Varsóvia. Escondeu-se depois, juntamente com o marido, do lado “ariano”. Os pais, que ficaram no gueto da capital da Polónia, desapareceram em 1943.
Foi agente de ligação de um grupo da Resistência, esteve escondida no norte de Varsóvia, mas acabou por ser presa pela Gestapo, sendo ferozmente torturada na prisão de Nowy Dwor. Assistiu à execução do marido e foi transferida para a prisão de Plonsk, sendo libertada pelo exército soviético.
Refugiou-se em França, onde começou por viver na miséria. Casou-se em 1948 com um judeu de Lublin, que também escapara dos campos de concentração.
Frequentando os meios teatrais, redigiu em 1953 a sua primeira peça “Os leprosos” que foi representada em 1956.
O seu primeiro romance “Le Sel et le souffre”, publicado pela Editora Gallimard em 1960, evoca a sua vida durante a guerra. As suas qualidades literárias chamaram de imediato a atenção da crítica e do público, recebendo o prestigiado Prémio Charles Veillon. O romance seguinte “As Bagagens de Areia” obteve o Prémio Goncourt em 1962.
Segundo dizia «Para traduzir por palavras o horror da condição judaica durante a guerra, vi-me obrigada a escrever obras de literatura. Foi um passo que tive de dar na minha vida». Explorando o mesmo tema, publicou ainda “Saute Barbara”. Foi autora também de uma dezena de peças de teatro e de várias novelas. Morreu de crise cardíaca quando tinha apenas 46 anos.
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