EFEMÉRIDE – António Lobo de Carvalho, poeta satírico português, faleceu em Lisboa no dia 26 de Outubro de 1787 e foi sepultado no extinto Convento de Jesus da Ordem Terceira de S. Francisco. Nascera em Guimarães por volta do ano de 1730. Ignora-se o tipo de educação que teve, embora um biógrafo lhe tenha atribuído um bacharelato em Coimbra. Uma possível permanência em Macau também é posta em dúvida.
Com um carácter bastante turbulento, para escapar à Justiça, teve de fugir para o Porto, onde ficou a morar e onde escreveu grande parte dos seus poemas. Veio mais tarde para Lisboa, onde continuou a dar largas ao seu talento. Foi conhecido também como o “O Lobo da Madragoa”, por ter vivido e morrido neste bairro lisboeta. Manteve-se solteiro durante toda a vida.
As suas sátiras, implacáveis mesmo para os próprios mecenas e amigos mais próximos, provocaram a ira das “pessoas atingidas” e valeram-lhe várias vezes a prisão.
As suas poesias, quase todas em soneto, foram editadas por Inocêncio Francisco da Silva em 1852, com o título de “Poesias joviaes e satyricas”, indicando como lugar de edição Cádis, o que é contestado por vários historiadores, que situam a publicação em Lisboa.
Acerca dele, escreveu a poetisa Natália Correia: «Lobo de Carvalho não só merece um lugar de especial destaque entre os satíricos portugueses, como deve o seu nome, obscurecido pela ignorância ou pelo preconceito dos cronistas literários, figurar na galeria dos relevantes poetas portugueses».
Vários outros escritores se referiram a ele. Alberto Pimentel escreveu mesmo um romance inspirado na sua vida (“O Lobo da Madragoa”) e Camilo Castelo Branco escreveu que ele tinha uma “língua farpada” (“Noites de Insónia”).
Dizia-se que, quando não tinha dinheiro para pagar o aluguer das casas onde habitava, o fazia com sonetos.
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