EFEMÉRIDE – Ba Jin, pseudónimo de Li Yaotang, escritor chinês, faleceu em Xangai no dia 17 de Outubro de 2005. Nascera em Chengdu, na província de Sichuan, em 25 de Novembro de 1904. É considerado um dos maiores e mais lidos escritores chineses do século XX. O seu pseudónimo foi inspirado nos nomes, em chinês, dos pensadores anarquistas russos Bakunine e Kropotkine, que ele muito admirava (primeira sílaba de um e última sílaba do outro).
Foi nomeado uma vez para o Prémio Nobel de Literatura. O seu livro mais famoso é autobiográfico - “Família” (1933).
Filho de um funcionário governamental (mandarim), Ba Jin desde muito novo se mostrou hostil aos ritos, formalismos e castigos em vigor na época. Desde 1919 afirmou-se como anarco-comunista. Em 1921, com 17 anos, escreveu o seu primeiro artigo anarquista na “Quinzena” de Chengdu. Colaborou também na revista “As massas em alerta” e, a partir de 1922, foi o principal responsável da revista “A Voz do Povo”.
Em 1924 deixou Chengdu (onde só voltou dezoito anos mais tarde), para integrar a “Escola de Línguas Estrangeiras Nanjing”. Ba Jin era muito dotado para línguas, incluindo o Esperanto, tendo entrado para o “Movimento Esperantista” em 1924.
Deslocava-se frequentemente a Pequim, Xangai (onde desenvolveu actividades sindicais) e Cantão. Traduziu para chinês várias obras de autores libertários.
Em 1926 deslocou-se a França, ao abrigo de um programa “meio estudo, meio trabalho”, para aprofundar os seus conhecimentos em línguas estrangeiras. Ficou neste país nos anos 1927/28, facto que marcou decisivamente a sua carreira literária.
De volta à China em 1928, Ba Jin concentrou-se na literatura, colaborando também em várias revistas. Notabilizou-se então com a publicação de uma vintena de romances, escritos entre 1928 e 1945.
O Governo Chinês convidou-o para o Conselho da Cultura e da Educação em 1950, após a fundação da República Popular da China. Em 1953 foi eleito vice-presidente da Associação de Escritores.
A Revolução Cultural dos anos 1960 trouxe-lhe muitos dissabores. Foi considerado contra-revolucionário e as suas obras foram reduzidas a cinzas, sendo privado dos direitos políticos e proibido de actividades literárias, além de ter sido vítima de várias agressões. Foi “reabilitado” em 1977, sendo eleito membro do Comité Permanente da Assembleia Nacional, vice-presidente da Associação dos Círculos Literários e de Criação Literária em 1978, presidente do Pen Clube da China em 1980 e presidente da Associação de Escritores Chineses em 1981. Em 1980 foi também vice-presidente da Liga Chinesa de Esperanto.
A nível internacional, Ba Jin viu a sua obra consagrada com várias honrarias: Prémio Dante (Itália, 1982), Comendador da Legião de Honra (França, 1983), Doutor Honoris Causa na Universidade Chinesa de Hong Kong (1984) e Prémio da Cultura Asiática de Fukuoka (Japão, 1990). Morreu cinco semanas antes de completar 101 anos.
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