EFEMÉRIDE – Mario Lanza, de seu verdadeiro nome Alfredo Arnoldo Cocozza, tenor norte-americano de ascendência italiana, faleceu em Roma no dia 7 de Outubro de 1959, vítima de crise cardíaca. Nascera na Filadélfia, em 31 de Janeiro de 1921.
Teve grande sucesso nos anos 1940/50, principalmente pelas suas participações no cinema, interpretando o grande Enrico Caruso em sete filmes, que lhe trouxeram notoriedade mundial.
Foi considerado o mais famoso tenor dos EUA, mas durante toda a sua carreira enfrentou vários problemas com o excesso de peso, o consumo de álcool e de barbitúricos. Influenciou vários cantores, tanto clássicos como populares, e o próprio Elvis Presley declarou que fora um dos seus maiores fãs.
Foi escutando as gravações do seu ídolo Caruso, guardadas religiosamente pelo seu pai, que o jovem Mário Lanza descobriu a sua própria voz.
Referenciado pelo maestro Serge Koussevitsky em 1942, ele veio a optar por uma carreira cinematográfica, se bem que com interpretações líricas, participando em vários filmes produzidos pela MGM. Começou a sua carreira em Hollywood em 1944.
Manteve sempre relações tensas com os meios cinematográficos e com os críticos jornalísticos, o que o levou a deixar os Estados Unidos, instalando-se em Itália no ano de 1956.
Em 1958 cantou sem microfone para 8 000 pessoas, deixando até os grandes especialistas surpreendidos com a potência, a dimensão e a beleza da sua voz ao natural. Conta-se que, com a força e vibração da voz, chegava a fazer estalar vidros e peças de loiça. Uma outra sua faceta era o profundo respeito que tinha pelos textos e poemas que cantava.
Os abusos de álcool agravaram uma profunda depressão que o consumia, morrendo aos 38 anos. Mário Lanza ficou para a posteridade como uma lenda do Canto. A sua mulher só lhe sobreviveria cinco meses, em virtude do abuso de soníferos.
Os tenores de referência José Carreras, Placido Domingo e sobretudo Luciano Pavarotti reconheceram ter muito aprendido com ele. O “Baker's Dictionary of Opera” consagra-lhe uma longa rubrica apesar da sua breve carreira. Meio século depois da sua morte, ele continua a ser considerado um fenómeno verdadeiramente único na história da arte lírica. Mário Lanza deu mais de duzentos concertos nas mais prestigiosas salas e locais do mundo.
Espera-se (deseja-se, pelo menos) que a editora discográfica que possui o espólio das suas gravações, a “RCA”, aproveite o cinquentenário do seu desaparecimento para divulgar mundialmente muitas das suas interpretações.
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