EFEMÉRIDE – Catulo da Paixão Cearense, poeta, músico e compositor brasileiro, nasceu em São Luís do Maranhão no dia 8 de Outubro de 1863. Morreu no Rio de Janeiro em 10 de Maio de 1946.
A família mudou-se para o Rio em 1880, tinha ele 17 anos. Trabalhou como relojoeiro, juntamente com o pai. Depois da morte dos pais, viu-se obrigado a ser estivador para sobreviver. À noite, integrava-se nos meios boémios da cidade. Associou-se a um livreiro, que passou a publicar em “folhetos de cordel” as modinhas da época. Catulo da Paixão Cearense organizou várias colectâneas, além de publicar obras próprias.
Viveu despreocupado, mas morreu na pobreza. As suas composições mais famosas são “Luar do Sertão” (1908), que é considerado “o hino do sertanejo brasileiro”, e “Flor amorosa” (data desconhecida). Foi responsável igualmente pela reabilitação do violão nos salões da alta sociedade carioca e pela reforma das “modinhas”. Em 1908 conseguiu actuar no Instituto Nacional de Música, o que levou um crítico a considerar quase uma heresia a presença de um violão num salão de música erudita. Porém, depois da sua actuação, esse mesmo crítico confessou a sua precipitação e aplaudiu-o com entusiasmo.
Catulo foi um dos poucos poetas populares brasileiros que, ainda em vida, recebeu todas as glórias e honrarias, merecendo a adoração do povo. Em parte, porque usou toda a sonoridade que o sotaque nordestino lhe proporcionava, sabendo utilizar versos simples, ingénuos e puros.
Autodidacta, aprendeu matemática e francês, língua que dominou de tal modo, que pôde traduzir para português poetas gauleses muito populares naquela mudança de século. Entretanto, o gosto pela literatura francesa não o transformou em mais um parnasiano, tendo sabido guardar a influência do “Nordeste” e compondo modinhas bem brasileiras. Foi professor, cantou para vários Chefes de Estado e inaugurou - ele próprio - uma estátua em sua homenagem.
Mário de Andrade classificou-o como «o maior criador de imagens da poesia brasileira».
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