EFEMÉRIDE – Nísia Floresta Brasileira Augusta, de seu verdadeiro nome Dionísia Gonçalves Pinto, educadora e escritora brasileira, nasceu em Papari no dia 12 de Outubro de 1810. Faleceu em Ruão, França, em 24 de Abril de 1885, vítima de pneumonia, sendo enterrada no cemitério de Bonsecours. Quase setenta anos depois, os seus restos mortais foram trasladados para Papari, terra onde nascera e que já então se chamava Nísia Floresta, em sua homenagem.
Considerada pioneira do Feminismo no Brasil, foi provavelmente a primeira mulher a romper os limites entre os espaços público e privado, publicando textos em jornais, na época em que a Imprensa ainda dava os passos iniciais. Escreveu vários livros em defesa dos direitos das mulheres, dos índios e dos escravos.
Era filha de um português (Dionísio Gonçalves Pinto) e de uma brasileira (Antônia Clara Freire). O pai foi assassinado no Recife, para onde a família se tinha mudado. Em 1831, Nísia iniciou-se na Literatura, publicando num jornal pernambucano vários artigos sobre a Condição Feminina.
O seu primeiro livro, o primeiro no Brasil a tratar dos direitos das mulheres à instrução e ao trabalho, foi “Direitos das mulheres e injustiça dos homens”. Se bem que inspirado num livro da feminista inglesa Mary Wollstonecraft, Nísia não fez uma simples tradução, utilizando o texto para introduzir as suas próprias reflexões sobre a realidade brasileira. Seguiram-se outros, como: “Conselhos a minha filha” (1842) e “A Mulher” (1859), nos quais destacava sempre a importância da Educação Feminina, tanto para a Mulher como para a Sociedade.
Dirigiu um colégio feminino no Rio Grande do Sul, para onde se tinha mudado após enviuvar. A Guerra dos Farrapos mudou-lhe os planos e ela resolveu fixar-se no Rio de Janeiro, onde fundou e dirigiu os colégios Brasil e Augusto, notáveis pelo alto nível do seu ensino.
Em 1849, por recomendação médica, levou a filha gravemente doente para a Europa, ficando a morar em Paris. Foi ali que publicou “Opúsculo Humanitário” (1853), uma série de artigos sobre a emancipação feminina, que foi merecedor de uma apreciação favorável de Auguste Comte, pai do Positivismo.
Esteve no Brasil entre 1872 e 1875, em plena campanha abolicionista liderada por Joaquim Nabuco, mas quase nada se sabe sobre a sua vida nesse período. Voltou para a Europa em 1875 e, três anos depois, publicou o seu último trabalho.
No seu livro “Patronos e Académicos”, referente às personalidades da Academia Norte-Riograndense de Letras, Veríssimo de Melo considerou-a «a mais notável mulher da História do Rio Grande do Norte».
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