EFEMÉRIDE – Jacques Offenbach, de seu nome verdadeiro Jacob Eberst, compositor e violoncelista alemão da Era Romântica, naturalizado francês, paladino da opereta e precursor do teatro musical moderno, morreu em Paris no dia 5 de Outubro de 1880. Nascera em Colónia, em 20 de Junho de 1819.
Recebeu os primeiros ensinamentos de música de seu pai, que era cantor na sinagoga da cidade. Aos doze anos, já era um exímio violoncelista e a família decidiu mandá-lo para o Conservatório de Paris, onde poderia receber uma melhor educação musical. Um ano depois, já actuava na orquestra da “Opéra-Comique”. Entretanto, mudou de identidade (Jacob para Jacques), sendo o apelido uma homenagem à terra natal de seu pai (Offenbach am Main).
Foi considerado pela crítica como o "Liszt do violoncelo". Compôs várias obras para este instrumento e actuou nas principais capitais europeias. Na corte londrina, apresentou-se para a Rainha Vitoria I e para o príncipe Alberto.
No fim da década de 1850, foi estreada a primeira opereta de Offenbach, “Orfeu no Inferno”, em que um dos temas musicais, o Can-Can, adquiriu fama mundial. No espaço de dez anos, escreveu cerca de cem operetas, a maioria das quais com grande sucesso. Compôs igualmente muitas músicas de dança (quadrilhas, polcas e valsas).
A derrota dos franceses na guerra franco-prussiana de 1870 e os incêndios da Comuna de Paris trouxeram uma profunda depressão a Offenbach que, apesar das suas raízes alemãs, se considerava um verdadeiro parisiense.
Com a sua fortuna delapidada, Offenbach arrependeu-se muitas vezes de ter desperdiçado o seu talento, compondo músicas populares e de gosto duvidoso. Atraído pelas histórias fantásticas do escritor e compositor alemão Hoffmann, lançou-se então febrilmente na composição de uma ópera séria que ficasse como seu testamento para a posteridade. Já com 60 anos e muito doente, trabalhou com afinco para concluir “Os contos de Hoffmann”. Não assistiu à sua montagem por ter falecido quatro meses antes da estreia. A ópera seria considerada o maior evento da temporada, atingindo o recorde de 101 representações.
Muitas das suas obras não chegaram até aos nossos dias e mesmo a partição dos “Contos de Hoffmann”, que se julgava ter sido destruída num incêndio em 1887, só foi encontrada em 2004 nos arquivos da Ópera Nacional de Paris. A versão alemã tinha sido devorada pelas chamas de um incêndio na capital austríaca, em 1881, o que veio conferir à obra uma reputação de “maldita”.
Muitos dos seus temas musicais foram adaptados também ao ballet, o mais célebre sendo porventura “Gaîté parisienne”, realizado para os Ballets Russos.
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