sábado, 10 de março de 2012




EFEMÉRIDEAntónio-Pedro Saraiva de Barros e Vasconcelos, cineasta português, nasceu em Leiria no dia 10 de Março de 1939. Estudou Direito na Universidade de Lisboa e Filmografia na Universidade da Sorbonne. É um dos realizadores do Cinema Novo Português, nomeadamente com o filme “Perdido por Cem” em 1973.


Imediatamente após a Revolução de 25 de Abril, realizou para a Rádio Televisão Portuguesa o documentário “Adeus, Até ao meu Regresso” (1974), sobre uma geração marcada pela Guerra Colonial (o título era uma frase proferida por muitos militares, quando enviavam pela televisão mensagens de Natal aos seus familiares no Continente). Abordou igualmente o tema do afastamento, na média metragem “Emigr/Antes... e Depois?”, sobre as férias em Portugal de algumas famílias de emigrantes.


Em 1981, regressou às longas-metragens com “Oxalá”, um filme ainda marcado pela realidade sociopolítica pós Revolução e pela dicotomia entre a vida em Portugal e no estrangeiro, corporizada desta vez no regresso dum jovem que tinha estado exilado em Paris.


Após cerca de três anos marcados por dificuldades a nível da produção, foi responsável por alguns dos maiores sucessos cinematográficos portugueses, sobretudo com “O Lugar do Morto” em 1984 e “Jaime” em 1999. Com esta última película conquistou a Concha de Prata do Festival Internacional de Cinema de San Sebastian e, em Portugal, os Globos de Ouro para Melhor Filme e Melhor Realizador. Os seus mais recentes filmes foram “Os Imortais” em 2003, “Call Girl” em 2007 e “A Bela e o Paparazzo” em 2010.


A par da realização, foi um dos fundadores da V. O. Filmes, da Opus Filmes e ainda do Centro Português de Cinema, que mereceu o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian e produziu a maior parte dos filmes do Cinema Novo. Foi apresentador do programa “Cineclube”, na RTP2; fez crítica literária e cinematográfica, tendo chefiado a redacção de “O Cinéfilo”, com João César Monteiro; foi colunista da “Visão” e director de “A Semana”, suplemento do “Independente”. É autor de “Interesse Público, Interesses Privados” (2002) e foi Provedor do Leitor no jornal desportivo “Record”. Em 1985, representou Portugal no Fórum Cultural de Budapeste, a convite do ministro dos Negócios Estrangeiros. Presidiu ao Grupo de Trabalho do Livro Verde para a Política do Cinema e Audiovisual, dirigido pela Comissão Europeia.


Presidiu à Associação Portuguesa de Realizadores de 1978 a 1984, ao Secretariado Nacional do Audiovisual de 1991 a 1993 e ao Conselho de Opinião da RTP entre 1996 e 2003. Professor da Escola de Cinema do Conservatório Nacional e coordenador executivo da licenciatura em Cinema, Televisão e Cinema Publicitário da Universidade Moderna de Lisboa, foi distinguido pelo Presidente da República com a Ordem do Infante D. Henrique.

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