quinta-feira, 15 de março de 2012





EFEMÉRIDECharles Nungesser, aviador francês e ás da aviação durante a Primeira Guerra Mundial, nasceu em Paris no dia 15 de Março de 1892. Desapareceu em 8 de Maio de 1927, algures no Atlântico ou já na América do Norte, durante uma tentativa de fazer Paris – Nova Iorque sem escala. Pilotava o avião “L'Oiseau Blanc”, juntamente com François Coli.
Estudou na Escola Nacional Profissional de Armentières de 1905 a 1907. Uma placa presta-lhe hoje homenagem no hall de honra desta prestigiosa escola, que se passou entretanto a chamar Liceu Gustave Eiffel.

Aos quinze anos partiu para a América do Sul onde exerceu diversos ofícios, como cowboy, boxeur e piloto de corridas de automóveis. Descobriu igualmente a aviação, que dava os primeiros passos, e começou a pilotar.

Regressado a França antes da declaração de guerra, alistou-se no exército, onde recebeu uma medalha após dez dias de combate. Conseguiu com efeito, depois de ter passado as linhas inimigas, capturar um automóvel Mors e abater os quatro oficiais prussianos. Conduziu seguidamente a viatura até ao quartel-general da sua divisão, juntamente com os planos encontrados junto dos oficiais inimigos. A seu pedido, foi então autorizado a transferir-se para a aviação.


Integrou, em Dunquerque, a esquadrilha VB 106, pilotando um bombardeiro Voisin III, tendo efectuado 53 missões de bombardeamento. Aproveitava também para perseguir os aviões com os quais se cruzava. Em Julho de 1915, abateu um Albatroz alemão o que lhe valeu a Cruz de Guerra e uma transferência para a esquadrilha de caça N 65 baseada em Nancy. Por várias vezes, terminou as patrulhas de caça com acrobacias por cima da sua base, o que lhe custou algumas punições.


Em Fevereiro de 1916, ficou gravemente ferido, num acidente à descolagem, aos comandos do protótipo de um avião de caça. Fracturou o maxilar e as duas pernas. Um mês depois, saiu do hospital de muletas, recusou a reforma e voltou à sua esquadrilha. Tinha de ser ajudado para entrar e sair dos aviões.


Participou na Batalha de Verdun obtendo dez vitórias e, depois, mais onze na frente de Somme. O seu estado de saúde, porém, continuava a ser muito precário e teve de regressar ao hospital, de onde só conseguiu sair depois de ter prometido aos médicos e ao estado-maior que voltaria depois de cada voo para continuação dos tratamentos. Um acidente de automóvel, onde morreu o seu fiel mecânico Roger Pochon, que estava ao volante, levou-o de novo para um hospital mas, apesar de tudo, continuou depois a acumular sucessos. Em Agosto de 1918, abateu vários Drachens e obteve a sua 43ª vitória homologada, que seria também a última.


Em 1927, obcecado pelo desejo de se ultrapassar, formou com François Coli o projecto de atravessar o Atlântico Norte. O duo descolou do aeroporto do Bourget em 8 de Maio de 1927, com direcção a Nova Iorque. O avião foi apercebido pela última vez ao largo das costas irlandesas e nunca chegou ao destino. Nem os corpos nem o avião foram encontrados.


Além de várias condecorações francesas, foi distinguido por vários países, como o Reino Unido, a Bélgica, os Estados Unidos, a Roménia, a Sérvia e Montenegro.


Foi dado o seu nome a várias escolas, ruas, aviões e ao estádio de futebol de Valenciennes, localidade onde passou parte da sua juventude. Um selo dos correios franceses “Nungesser e Coli, 8 de Maio de 1927” foi emitido em 1967.

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