sexta-feira, 30 de março de 2012

EFEMÉRIDE – Henry Warren Beatty, actor, produtor, realizador e guionista de cinema norte-americano, irmão mais novo da actriz Shirley MacLaine, nasceu em Richmond no dia 30 de Março de 1937. Foi um dos grandes nomes da indústria cinematográfica de Hollywood nos últimos quarenta anos.
Durante a sua adolescência, a família mudou-se para a cidade de Arlington, onde Warren se tornou um astro de futebol americano. Encorajado pela irmã mais velha, que começava então a afirmar-se como actriz, deixou o futebol para se dedicar às artes, conseguindo um emprego de assistente de palco durante as férias de verão num teatro de Washington, o que lhe deu a primeira oportunidade de contactar com alguns actores e realizadores famosos.
Após a estreia num filme para televisão em 1959, teve a sua primeira oportunidade no cinema, dois anos depois, pelas mãos do realizador Elia Kazan, no filme “Clamor do Sexo”, contracenando com Natalie Wood. Era um drama marcado pela tensão sexual e psicológica que envolvia os dois protagonistas e que lançou Beatty como actor de relevo.
Durante os seis anos seguintes, fez alguns filmes de importância relativa, até realizar e actuar naquele que seria um “divisor de águas”, na linguagem de Hollywood, e que faria dele uma personalidade inovadora e respeitada do cinema americano. “Bonnie & Clyde” é o filme geralmente lembrado como a pedra fundamental de uma nova geração de actores, realizadores e produtores de cinema – chamada Nova Hollywood – que possibilitou o aparecimento de cineastas como Francis Ford Coppola, Martin Scorsese, George Lucas e Steven Spielberg entre outros, com uma visão cinematográfica até então inexistente no cinema norte-americano. Warren produziu “Bonnie & Clyde” de modo a ter o controlo total de todo o projecto. Como produtor e idealizador do filme, contratou dois guionistas novatos e o jovem realizador Arthur Penn para descrever a história do casal que, nos anos 1920, aterrorizou os Estados Unidos com assaltos a bancos e assassinatos e se tornou famoso através da imprensa. Controlou todas as etapas da produção, inclusive a escolha do elenco, do guião e a montagem final do filme, como faria muitas vezes durante a sua carreira. Com a sua combinação de humor, violência, sexo e realismo, o filme foi um campeão das bilheteiras, saudado como inovador pela crítica e nomeado para dez Oscars. Segundo historiadores do cinema, se não fosse ele e a sua visão idiossincrática de “Bonnie & Clyde”, que resultou num clamoroso sucesso, os estúdios nunca permitiriam que os novos realizadores surgidos no começo da década seguinte, como Coppola e Scorsese, fizessem os filmes que os tornaram famosos e a estagnação da indústria do cinema americano nos anos 1960 teria continuado na década seguinte.
Colocado entre os grandes de Hollywood a partir daí, Beatty actuou, produziu ou realizou uma série de grandes sucessos seguidos, que lhe deu as condições financeiras necessárias para rodar “Reds” em 1981, um filme épico sobre a vida do revolucionário jornalista comunista americano John Reed, durante a Revolução Russa de 1917. O filme ganhou quatro Oscars e deu-lhe o Prémio de Melhor Realizador.
Nos anos 1990, voltou às manchetes da imprensa, com a transposição da banda desenhada de Dick Tracy para o cinema, rodeado de estrelas como Al Pacino e Dustin Hoffman, além da cantora Madonna.
Beatty igualou Orson Welles como o único profissional do cinema americano a ser nomeado para os Oscars, no mesmo ano, como actor, realizador, produtor e guionista. Ele, porém, teve estas nomeações por duas vezes, em 1978 e 1981, enquanto Orson Welles foi assim nomeado apenas uma vez, com a sua obra-prima “Cidadão Kane”.
Politicamente, Warren Beatty tem sido sempre um activista de esquerda, envolvido em diversas causas políticas e humanistas desde a década de 1960. Tem estado sempre extremamente activo também, desde 1968, nas campanhas presidenciais americanas, pelo Partido Democrata.

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