quarta-feira, 25 de setembro de 2013

25 DE SETEMBRO - MARIE UNDER


 
EFEMÉRIDEMarie Under, poetisa estoniana, morreu em Estocolmo no dia 25 de Setembro de 1980. Nascera em Tallinn, em 27 de Março de 1883. É um dos escritores estonianos mais importantes da segunda metade do século XX.
Estudou, entre 1891 e 1900, numa escola particular alemã, onde aprendeu alemão, francês e russo. Começou a escrever poesia aos treze anos. Depois de se graduar, foi trabalhar como empregada de balcão numa livraria. Nas horas livres, escrevia poemas em alemão. Traduziu para estoniano obras de Goethe, Schiller, Pär Lagerkvist e Boris Pasternak.
Em 1901, trabalhou – por pouco tempo – no jornal “Teataja”, o que lhe permitiu todavia conviver com numerosos escritores, artistas e intelectuais.
Em 1902, casou-se com Carl Hacker, tendo vivido em aker,Hacker Moscovo de 1902 a 1906, regressando depois à Estónia. Em 1904, conheceu o artista Ants Laikmaa. Laikmaa, que a convenceu a traduzir os seus poemas para estoniano, enviando-os de seguida para a imprensa local. O primeiro poema foi publicado no jornal “Postimees”.
Em 1913, encontrou-se com Artur Adson, igualmente poeta, e tornou-se sua secretária. Foi incluída em várias antologias e, em 1917, publicou o seu primeiro livro, “Sonetos”, que teve grande sucesso e a encorajou a seguir a carreira literária. Publicou mais algumas recolhas de poesia e, paralelamente, traduziu para estoniano “Le Bateau ivre” de Arthur Rimbaud.
Animou um salão literário em sua casa, que se tornou um lugar de encontro para escritores. Fez parte do grupo Siuru, que lançou novos movimentos literários na Estónia, nomeadamente o espressionismo e o futurismo. O seu modo de vida, a contra-corrente dos usos da época, fizeram dela umas das primeiras figuras das letras estonianas. O erotismo de alguns dos seus poemas líricos provocou polémicas, mas não prejudicou a sua carreira.
Em 1924, divorciou-se de Carl Hacker e casou-se com Adson. Continuou a escrever livros de poemas, influenciados pelas suas impressões sobre a natureza, pelas suas leituras da “Bíblia” e pelo folclore estoniano. No meio da década de 1930, já era considerada uma das mais importantes personalidades da Estónia. Em 1937, foi eleita membro do PEN Clube Internacional e, em 1940, foram publicadas as suas obras completas.
O princípio da Segunda Guerra Mundial veio transtornar a vida de Under e a cultura estoniana. A Estónia foi ocupada pela Alemanha nazi. Publicou mesmo assim, já sob a ocupação, um novo livro de poesia, sombrio e triste, evocando a guerra.
No início de Setembro de 1944, a URSS ocupou por sua vez a Estónia. Under e a família foram para a Suécia, passando quase um ano num campo de refugiados. Em 1945, a família mudou-se para Mälarhöjden, um subúrbio de Estocolmo, onde Under morou até ao fim da vida.
Continuou sempre a escrever e a publicar. Em 1958, foi lançada na Suécia uma nova edição das suas obras completas. Quando morreu, deixou um espólio poético abundante, muita correspondência e algumas dezenas de páginas de um jornal íntimo. Em 1996, os seus arquivos pessoais foram repatriados para a Estónia, o que permitiu a realização da sua primeira biografia em 2008. 

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