segunda-feira, 9 de setembro de 2013

9 DE SETEMBRO - ANTÓNIO SARDINHA


 
EFEMÉRIDEAntónio Maria de Sousa Sardinha, figura controversa, político, historiador e escritor português, nasceu em Monforte no dia 9 de Setembro de 1887. Morreu em Elvas, em 10 de Janeiro de 1925. Destacou-se como ensaísta e polemista, produzindo uma obra que se afirmou como a principal referência doutrinária do Integralismo Lusitano. A defesa que ele fazia de uma monarquia tradicional, orgânica e anti-parlamentar, serviu de inspiração a uma influente corrente do pensamento político português na primeira metade do século XX. Apesar de ter falecido prematuramente, conseguiu afirmar-se como referência incontornável para os monárquicos que recusaram condescender com o salazarismo.
António Sardinha foi um adversário da Monarquia da Carta (1834/1910), chegando – no tempo de estudante na Universidade de Coimbra – a defender a implantação de uma república em Portugal. Depois do 5 de Outubro de 1910, durante a Primeira República, ficou profundamente desiludido e acabou por se converter ao ideário realista da monarquia orgânica e tradicionalista, de que foi um dos mais destacados defensores.
Em 1911, já estava formado em Direito e, no final do ano seguinte, confessou a sua conversão à Monarquia e ao Catolicismo «as únicas limitações que o homem, sem perda de dignidade e orgulho, pode ainda aceitar». E abençoava «esta República que o vacinara a tempo…». Imediatamente se juntou a Hipólito Raposo, Alberto de Monsaraz, Luís de Almeida Braga e Pequito Rebelo, para fundar a revista “Nação Portuguesa”, publicação de filosofia política, a partir da qual foi lançado o referido movimento monárquico Integralismo Lusitano.
Os integralistas tinham no municipalismo e no sindicalismo duas das palavras-chave de um ideário político que não dispensava o rei, entendido como o procurador do povo e o melhor garante e defensor das liberdades.
António Sardinha era anti-maçónico e anti-iberista, tendo em 1915 alertado para o perigo de uma absorção de Portugal pela Espanha. Durante o breve consulado de Sidónio Pais como presidente da República, foi eleito deputado na lista da minoria monárquica. Após o assassinato de Sidónio em 1919, exilou-se em Espanha, depois ter participado na fracassada tentativa restauracionista de Monsanto e da “Monarquia do Norte”. Regressou a Portugal, em 1921, tornando-se director do diário “A Monarquia”.
Foi autor de uma vasta obra ensaística de cariz doutrinário, mentora dos seus ideais. O seu pensamento radicalmente anti-republicano e nacionalista viria a encontrar eco em alguns dos doutrinários do Estado Novo. A sua obra poética, inscrita na tradição e fundindo vectores do saudosismo com traços temáticos comuns à ideologia integralista lusitana, tem como melhores realizações: “A Epopeia da Planície”, “Chuva da Tarde” e “Era Uma Vez um Menino”. É também autor de “O Valor da Raça” e do poema sobre a mística expansionista “O Roubo da Europa”, a que se seguiu uma série de sonetos dedicados a figuras históricas e lendárias, a “Pequena Casa Lusitana”. Morreu aos 37 anos.

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