EFEMÉRIDE
– Domenico Cimarosa, compositor italiano, morreu em Veneza no dia 11 de
Janeiro de 1801. Nascera em Aversa, em 17 de Dezembro de 1749.
Os
seus pais, embora pobres, quiseram dar-lhe a melhor instrução possível. Quando
se instalaram em Nápoles, enviaram-no para uma escola religiosa que dependia do
Mosteiro San Severo dei Patri Conventuali. Havia ali um
organista, o padre Polerano, que – sensibilizado pelos dons musicais e pela
inteligência do jovem Domenico – decidiu ensinar-lhe as bases da música e da
literatura italiana (antiga e moderna). Graças a ele, Cimarosa foi admitido no Conservatório
de Santa Maria do Loreto, onde ficou onze anos, estudando particularmente
as obras dos grandes compositores italianos e aprendendo canto, violino e
composição.
Aos
23 anos, começou a carreira de compositor com a opera-buffa “Le
Stravaganze del Conte”, estreada em 1772 no Teatro dei Fiorentini de
Nápoles. Esta obra foi seguida, no mesmo ano, por “Le Pazzie di Stelladaura
e di Zoroastro”, uma farsa marcada pelo humor e pela fantasia e que alcançou
grande sucesso. A sua fama começou a espalhar-se por toda a Itália. De 1784 a 1787, viveu em
Florença e consagrou-se inteiramente a fazer composições para a Ópera
desta cidade.
As suas
obras são numerosas, sobretudo óperas (cómicas ou sérias), cantatas,
composições sacras (entre as quais o belo Requiem “Missa pro
Defunctis”), oratórios bíblicos e mais de 80 sonatas.
Durante
uma viagem a Itália, Goethe assistiu a uma representação de “L'Impresario in
Angustie ”, pequena obra-prima de opera-buffa. De volta à
Alemanha, o escritor alemão traduziu o libreto e fê-la representar em 1791 no Teatro
de Weimar. O nome do compositor começou a ser conhecido em toda a Europa e
vários soberanos desejaram atraí-lo às suas cortes. Por volta de 1788, Cimarosa
foi a São Petersburgo a convite da czarina Catarina II. Ali ficou durante
quatro anos, obtendo a nacionalidade austríaca e russa e desenvolvendo grande
actividade.
Estima-se
em cerca de setenta o número de óperas que ele compôs. Em 1792, deixou a Rússia
e foi para Viena a convide de Leopoldo II. Foi na presença do imperador e de
toda a corte que ele apresentou a sua obra-prima “Il matrimonio segreto”.
Facto único na História da ópera, a obra foi bisada integralmente na noite de
estreia a pedido do imperador. A respeito desta ópera, Verdi disse que «esta
é a verdadeira comédia musical, ela tem tudo aquilo que uma ópera cómica deve
ter».
Em
1793, Domenico Cimarosa voltou a Nápoles, onde as suas obras foram aclamadas.
Seria necessário esperar por Rossini para reencontrar um tal sucesso.
Republicano
convencido, partidário da unidade italiana, Cimarosa saudou a proclamação da
efémera República pelas tropas francesas (1799) e compôs um hino patriótico
para uma cerimónia durante a qual foi queimada simbolicamente a bandeira dos Bourbons.
Quando da restauração da Monarquia, foi condenado a quatro meses de prisão.
Graças à intervenção de admiradores influentes, a sentença foi comutada em
expulsão e ele deixou Nápoles com a intenção de voltar a São Petersburgo. A sua
saúde, porém, estava fortemente debilitada e acabou por morrer em Veneza de uma
inflamação intestinal. Tinha apenas 51 anos. Chegou a ser aventada a hipótese
de ter sido envenenado, o que foi posteriormente negado pelos médicos.
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