EFEMÉRIDE
– Derek Alton Walcott, poeta e dramaturgo de Santa Lúcia, galardoado
com o Prémio Nobel de Literatura em 1992, nasceu em Castries no dia 23
de Janeiro de 1930. Ao receber o Nobel, tornou-se o segundo
autor negro, depois de Wole Soyinka, a receber esta distinção. Walcott é
conhecido sobretudo pelo seu poema épico “Omeros”, uma adaptação da “Ilíada”
às Caraíbas. A sua obra retrata de modo vivo e pitoresco a cultura e os
costumes das Antilhas.
Tendo
ficado órfão de pai muito novo, foi criado com dificuldades pela família. A mãe
tinha de fazer trabalhos extra de costura para o poder manter na escola
anglófona. Foi assim que ele se viu separado da maioria francófona e católica
das Antilhas. Encontra-se mais tarde, na sua obra, a necessidade que ele sentiu
de ultrapassar a barreira das diferentes línguas faladas nas Caraíbas.
Começou
a publicar poemas no fim dos anos 1940 e prosseguiu os estudos na
Jamaica. De 1959 a
1976, dirigiu um atelier teatral na Trindade, onde fez representar algumas das
suas peças. Em 1981, instalou-se nos Estados Unidos, onde se tornou professor
em Harvard e na Universidade de Boston.
Walcott
é autor de mais de quinze recolhas de poesia e de uma trintena de peças
teatrais, que evocam de modo sublime a vida e a cultura das Caraíbas.
Experimental
no seu começo, Walcott orientou-se depois para uma inspiração poliglota e
folclórica. A utilização que ele faz da linguagem poética é muito original. Ele
mistura, com efeito, a língua inglesa com dialectos ou modos de falar locais,
como o crioulo, aos quais acrescenta ainda o francês e o latim.
Encontra-se
na sua poesia, a necessidade constante de combinar a tradição europeia
clássica, de Homero a Shakespeare, com o folclore das Antilhas. A forma
literária que daí resulta é simultaneamente moderna e mestiça. Os seus
escritos, que aliam o humor, a ironia, a seriedade e o lirismo, têm uma vocação
universal e inspiram-se das criações de Aimé Césaire, Saint-John Perse e Pablo
Neruda.
Em
2009, retirou a sua candidatura ao lugar de professor de Poesia na Universidade
de Oxford, depois de um dossier anónimo, que o acusava de assédio sexual,
ter sido enviado ao comité de selecção. No mesmo ano, escreveu a peça “Marie
Laveau and Steel”, uma comédia musical que retrata a vida – na Luisiana –
de Marie Laveau, uma praticante de vudu nos Estados Unidos.
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