EFEMÉRIDE
– René Gagnaux, médico e missionário suíço que trabalhou em Moçambique de
1964 até ao seu assassinato em 1990 durante a Guerra Civil Moçambicana,
nasceu em Lausanne,
Suíça, no dia 4 de Janeiro de 1929. Morreu em Manhiça, Moçambique, em 2 de
Maio de 1990. Pela sua dedicação, foi agraciado a título póstumo com a Medalha
Bagamoyo, a distinção mais significativa do país, tendo também recebido o
título de Cidadão Honorário de Moçambique, um ano após a sua morte.
Gagnaux
completou o curso de Medicina em Lausanne e, pouco tempo depois, decidiu
que preferia trabalhar num país do Terceiro Mundo. Veio para Lisboa fazer uma
especialização em Medicina
Tropical e, nessa altura, soube que a Missão da Igreja
Presbiterado Suíça em Moçambique precisava de um médico no seu hospital,
situado no bairro de Chamanculo. Chegou a Lourenço Marques (hoje Maputo) em
Setembro de 1964 e, juntamente com a sua esposa, que era técnica de
laboratório, trabalhou durante onze anos naquele hospital.
A
seguir à independência de Moçambique, em 25 de Junho de 1975, o Serviço de
Saúde foi nacionalizado e ele foi transferido para o Xai Xai, na província
de Gaza, onde esteve três anos. Só depois, em 1978, foi para Xinavane, a cerca
de 80 km
a nordeste de Maputo. Durante os 12 anos que ali trabalhou, Gagnaux conquistou
a confiança e o carinho, não só da população local mas também de muitas pessoas
de Maputo e de outras localidades, que o procuravam para receber os seus
cuidados.
Formou
inúmeros técnicos de saúde e, por onde passou, sempre se preocupou em melhorar
as condições de vida do pessoal. Arranjou vários financiamentos para a
construção de infra-estruturas para acomodação e serviços médicos. Também
participou na implementação de um pequeno bloco operatório e num serviço de RX,
no centro de saúde da Manhiça, onde trabalhava um seu filho – igualmente
médico.
Dos
seus quatro filhos, dois vivem na Suíça e os outros dois em Moçambique, casados
com moçambicanas. O mais velho, Philippe Arthur Gagnaux, participou na
organização de um grupo de cidadãos que concorreu às eleições para a Assembleia
Municipal de Maputo, tendo sido candidato a presidente do Conselho Municipal.
Extremamente
dedicado ao trabalho e aos doentes, René Gagnaux servia sem limite de horário,
deixando muitas vezes a família para segundo plano. Era de uma humildade
extrema, apesar da sua fama ser cada vez maior, sobretudo junto dos mais
desfavorecidos.
A
sua vida foi imortalizada num livro de banda desenhada de Crisóstomo Zefanias,
com argumento de Machado da Graça, intitulado “Massassane”, nome pelo
qual ele era popularmente conhecido. Em 1998, o cineasta Licínio Azevedo
realizou também o documentário “Massassani Afela Kwhatini” ou “O
Homem Bom Morre Longe de Casa”.
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