terça-feira, 28 de janeiro de 2014

28 DE JANEIRO - MAITÊ PROENÇA



EFEMÉRIDEMaitê Proença Gallo, actriz, apresentadora de televisão e escritora brasileira, nasceu em São Paulo no dia 28 de Janeiro de 1958. Descendente de avôs portugueses (materno e paterno), passou a sua juventude em Campinas. Aos cinco anos de idade, foi matriculada na Escola Americana, que era destinada principalmente a filhos de norte-americanos residentes no Brasil. Aos doze anos, a mãe foi assassinada pelo marido – pai de Maitê –, que era procurador de Justiça. Foi absolvido em dois julgamentos, com base na tese de legítima defesa da honra. Após o assassinato da mãe, Maitê foi morar com o irmão num pensionato luterano, onde ficaram três anos. Aos dezasseis, foi residir em Paris a mando do pai. Ao regressar ao Brasil, pediu abrigo a um padre. Aos dezanove, fez vários exames de admissão a faculdades e chegou a iniciar o curso de Psicologia, mas não o concluiu. Nos dois anos que se seguiram, decidiu correr mundo, passando por cerca de trinta países, entre Europa, África e Ásia. Ganhava algum dinheiro vendendo jornais, cuidando de crianças e distribuindo folhetos nas esquinas parisienses.
Foi em Paris que teve a sua primeira experiência com as artes cénicas, matriculando-se num curso de Mímica. Depois, matriculou-se também em vários cursos na Universidade de Paris, entre eles Arquitectura do Século XVII, Pensamento do Século XX, Pensamento Alemão do Início do Século e outras matérias. Posteriormente, foi conhecer o Médio Oriente. Quando soube que o pai estava muito doente, regressou ao Brasil. A sua pretensão não era a de ficar muito tempo, somente o necessário para a recuperação do pai. A sua vida, porém, tomou outros rumos. Enquanto esperava, começou a fazer um curso de Teatro e a estudar guiões para o cinema no Museu da Imagem e do Som. Nesse momento, o jornalista Mário Prata, um dos professores do curso no MIS, convidou-a para um teste na TV Tupi.
Em 1979, estreou-se como actriz de televisão na novela “Dinheiro Vivo”. Poucos meses depois, foi contratada pela Rede Globo e participou na novela “Coração Alado”. Sofreu, no entanto, um acidente de carro que a afastou durante quase um ano. Ainda usando bengala, foi convidada para interpretar uma das principais protagonistas da novela “As Três Marias”, juntamente com as experientes Nádia Lippi e Glória Pires. Para fazer este trabalho, foi obrigada a mudar de cidade e pediu um alto salário, pago na época somente a actores já consagrados mas que lhe foi concedido. Segundo ela mesma, o salário não pagava todas as críticas e pressões que sofria, fazendo-a odiar o trabalho de actriz. Chegou a pensar em abandonar a carreira, mas – além de ter um contrato com a Globo – já possuía bastante popularidade na imprensa, tinha sido capa de várias revistas e batido recordes de audiência. Foi aconselhada a não sair.
Em 1981, foi convidada para participar na telenovela “Jogo da Vida”. No ano seguinte, encenou o espectáculo “Mentiras Alucinantes de um Casal Feliz”. Em 1983, participou na novela “Guerra dos Sexos”, tendo-se em seguida transferido para a Rede Manchete, onde protagonizou a mini-série “A Marquesa de Santos”. Em 1985, voltou à Globo e integrou o elenco da novela “Um Sonho a Mais”.
Em 1986, viveu um dos melhores momentos da sua carreira, ao interpretar a cortesã Dona Beija na novela homónima, um dos seus grandes sucessos. Maitê protagonizou então as primeiras cenas de nudez numa novela do horário nobre. Em 1987, trabalhou na novela “Sassaricando”, filmando igualmente as longas-metragens “Sexo Frágil” e “Brasa Adormecida”, tendo recebido com esta última o Prémio de Melhor Actriz do 2º Rio Cine Fest. Também encenou o espectáculo “La Malasangre” e protagonizou o filme “A Dama do Cine Shanghai”, ao lado de António Fagundes, conquistando o Prémio de Melhor Actriz no II Festival de Cinema de Natal e também no XV Festival dos Melhores do Ano do CineSesc. Seguidamente, apresentou dois programas jornalísticos: o “Programa de Domingo” e “Diálogo”, ambos na Rede Manchete.
Em 1989, de volta à antiga casa, protagonizou a novela “O Salvador da Pátria”, fazendo par romântico com Lima Duarte, que viria a tornar-se um dos seus melhores amigos e confidente também, num momento em que o seu pai estava muito doente, acabando por se suicidar. Também rodou os filmes “O Beijo” e “Kuarup”, além de encenar a peça “Na Sauna”.
O ano de 1990, destaca-se bastante na sua vida, pela morte do irmão e pelo nascimento da sua única filha. Apenas seis meses após dar à luz, foi protagonista da mini-série “O Sorriso do Lagarto”, em que fez par romântico com Tony Ramos, que seria repetido várias vezes.
Em 1993, estreou a peça “Confissões de Mulheres de 30 no Rio de Janeiro e depois foi viajar pelo Nordeste. No final desse ano, encenou a mesma peça em São Paulo, além de actuar também no espectáculo “História de Nova York – Dorothy Parker”.
Em 1994, fez uma rápida passagem pela dramaturgia da Rede Bandeirantes, ao participar em alguns episódios da mini-série “Confissões de Adolescente”. Nesse ano, também trabalhou no filme “16060”, que lhe trouxe o Prémio de Melhor Actriz no Festival de Brasília. No ano seguinte, encarnou a sua primeira vilã na televisão. O seu papel era o de uma mulher fraca de carácter que mantinha um relacionamento secreto com um advogado sem escrúpulos. Após um desentendimento com a produção da novela, foi afastada, o que levou mesmo à alteração do enredo.
Em 1996, integrou o elenco fixo da série “A Vida Como Ela É” e, em 1997, rodou a curta-metragem “Vox Populi”, ganhando o Prémio de Melhor Actriz no Festival de Salvador. Depois, em 1998, entrou nos filmes “A Hora Mágica” e “Paixão Perdida”, além de ter actuado na novela “Torre de Babel”.
Em 1999, interpretou a rainha da França, Ana da Bretanha, na série “Os Três Mosqueteiros” da Globo e foi ainda protagonista de “Tolerância”, filme que teve grande sucesso. Participou na película “Bufo & Spallanzani” e foi estrela da novela “Vila Madalena”. A partir de então, passou a dedicar mais tempo ao teatro. Em 2000, protagonizou o espectáculo “Isabel”, pelo qual foi bastante elogiada pela crítica.
Em 2001, após uma participação especial na telenovela “Estrela Guia”, protagonizou Dona Yatá no filme “A Selva”, uma co-produção de Espanha, Portugal e Brasil, que integrou também o actor português Diogo Morgado. Participou igualmente no filme “Viva Sapato”, na pele de uma cómica jornalista americana. Em 2002, assinou – pela primeira vez sozinha – uma produção de teatro, levando aos palcos o monólogo “Buda”.
O ano de 2003 foi marcado pela sua estreia na revista “Época”, com uma coluna de crónicas. Após quase 25 anos de carreira, Maitê revelou o seu talento também para a literatura. As crónicas, escritas quinzenalmente, conquistaram o público pelo seu estilo franco, delicado e inteligente. Simultaneamente, destacou-se na temporada daquele ano na série para adolescentes “Malhação” e também rodou o filme “Jogo Subterrâneo”.
Em 2004, esteve presente no elenco de “Da Cor do Pecado”. Continuou também a publicar as suas crónicas e, no ano seguinte, lançou o seu primeiro livro, “Entre Ossos e a Escrita”, que reúne 50 crónicas publicadas entre 2003 e 2004. Em 2005, teve uma participação especial na telenovela “A Lua me Disse”. Nesse mesmo ano, ainda escreveu a sua primeira peça, “Achadas e Perdidas”, que ficou em cartaz durante três anos consecutivos.
A partir de 2006, passou a integrar a equipa de apresentadoras do programa “Saia Justa”, do canal GNT. Em 2007, finalizou o seu segundo livro, “Uma Vida Inventada”, que mistura ficção e factos reais. Lançado em 2008, o livro obteve grande sucesso, ficando em primeiro lugar no ranking da revista “Veja”, além de permanecer inúmeras semanas entre os dez mais vendidos na categoria Ficção. Também escreveu a peça “As Meninas”, que só seria estreada em 2009. Gravou o programa “Saia Justa” durante todo o ano e participou nas filmagens de “Elvis & Madona”.
Em 2008, viajou para Bali, na Indonésia, para gravar as primeiras cenas da novela “Três Irmãs”. Em seguida, estreou o filme “Onde Andará Dulce Veiga?”, que foi exibido em Agosto desse ano, na Mostra Competitiva do Tribeca Cinemas, em Nova York. Em Setembro, em Ibitipoca, Minas Gerais, numa fazenda de amigos, sofreu um acidente ao cair de um cavalo, no qual fracturou cinco vértebras. Mesmo assim, continuou a gravar “Três Irmãs” e o programa “Saia Justa”, narrando ainda o programa “Belezas Francesas”, além de ter feito telebiografias sobre Maria Callas, Brigitte Bardot e Sophia Loren, para o canal GNT. Também participou num sketch dos comediantes portugueses Gato Fedorento, no qual tentava imitar a pronúncia europeia da língua.
Em Outubro de 2009, circulou pela Internet um vídeo feito em 2007, para o programa “Saia Justa”, em que Maitê faz alguns comentários satíricos ao mesmo tempo que circula por ruas e monumentos de Portugal. Junto à fonte do claustro do Mosteiro dos Jerónimos, o vídeo mostra-a a cuspir dentro da fonte. A actriz – no seu blog – disse que estava apenas a imitar a estátua da fonte ao lado, que jorra água pela boca. Após a sua exibição em telejornais portugueses, o vídeo gerou revolta da parte do público que exigiu da parte dela, através de um abaixo-assinado online, um pedido de desculpas. A retratação da actriz foi feita em Outubro do mesmo ano. A direcção do canal GNT também apresentou as suas desculpas formais pelo sucedido. Em 2010, saiu do ar o “Saia Justa” e Maitê passou a integrar o elenco da telenovela “Passione”.
Considerada por muitos uma das mais belas actrizes brasileiras, já foi capa de revistas masculinas, como a edição brasileira da revista “Playboy”. Foi uma das raras mulheres a ter um suplemento especial na revista. Em 1987, após muitas recusas de convites para posar nua, acabou por aceitar, tornando-se um dos maiores símbolos sexuais do Brasil. A edição vendeu 630 mil exemplares, o maior número de vendas no mercado editorial até então. Posaria uma segunda vez, em 1996, aos 38 anos, na belíssima paisagem da Sicília, e reconfirmaria o sucesso. Desta vez, a revista alcançou a marca dos 720 mil exemplares vendidos.
Foi casada uma vez e teve vários relacionamentos, um dos quais com o escritor português Miguel Sousa Tavares.

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