EFEMÉRIDE
– Michel Lucien Serrault, actor francês, nasceu em Brunoy, Essonne,
em 24 de Janeiro de 1928. Morreu em Équemauville (Calvados) no dia 29 de
Julho de 2007.
Serrault
foi um dos actores mais populares e atípicos da sua geração, apreciado tanto
pelos intelectuais e crítica como pelo grande público, devido à facilidade e
autenticidade demonstradas ao longo de uma carreira recheada com 135
longas-metragens, em papéis muito diferentes e originais. Ele é o único actor a
ter ganho o César de Melhor Actor por três vezes.
Tendo
entrado com 14 anos no pequeno seminário de Conflans, em Charenton-le-Pont, ele
desejava então ser padre e proclamava ter duas paixões: «Fazer rir e ocupar-se
de Deus». Foi no entanto um padre que o orientou para a carreira de actor.
Michel Serrault diria mais tarde que, finalmente, não teria gostado do voto de
castidade…
Nos
anos 1950 e 1960, apresentou-se em espectáculos de cabarés
parisienses, em duo com Jean Poiret, que conheceu em 1952. Começou no cinema
com um pequeno papel em “Les Diaboliques” (1955) de Henri-Georges
Clouzot e, depois, com “Ah! les belles bacchantes”.
Lançou-se
numa longa aventura em filmes cómicos, com actuações de grande relevo. Foi
também uma importante figura do teatro, em peças que eram por vezes televisionadas.
A adaptação ao cinema de “La
Cage aux folles” foi igualmente um grande sucesso
internacional.
Em
1977, perdeu a sua filha Carolina, com 19 anos, num acidente de automóvel. A
sua mulher e a filha mais nova nunca ultrapassaram verdadeiramente esta tragédia.
A este drama familiar correspondeu uma mudança de rumo artístico. De aí em
diante, foi em papéis dramáticos que passou a sobressair. Michel Audiard, autor
de muitos dos seus diálogos diria a seu respeito: «Ele é o maior actor do
mundo».
Pouco
antes da sua morte, estava a acabar uma obra, na qual desejava contar as
recordações da sua carreira. Este livro, intitulado “À bientôt”, foi
publicado em Novembro de 2007, cerca de quatro meses após o seu falecimento.
Morreu
em sua casa, com 79 anos, vítima das complicações de uma doença rara, polychondrite
crónica e atrofiante, um dia antes do desaparecimento de Ingmar Bergman e
de Michelangelo Antonioni. Em dois dias, três grandes perdas para a
cinematografia mundial. Em 2 de Agosto de 2007, numerosos amigos do mundo do
cinema e alguns representantes oficiais assistiram ao seu funeral em Honfleur. Em 2009, os
seus restos mortais foram trasladados para o cemitério antigo de Neuilly-sur-Seine,
onde repousam ao lado dos da sua filha e esposa.
Sem comentários:
Enviar um comentário