EFEMÉRIDE
– D. Afonso V, décimo segundo rei de Portugal, nasceu em Sintra no dia 15 de
Janeiro de 1432. Morreu na mesma localidade em 28 de Agosto de 1481. Foi
cognominado “o Africano” em virtude das conquistas feitas no Norte de
África. Filho de D. Duarte I, sucedeu-lhe em 1438, com apenas seis anos de
idade. Por indicação do pai, deixada em testamento, a regência foi entregue a
sua mãe, D. Leonor de Aragão, mas passaria em 1429 para o seu tio D. Pedro,
Duque de Coimbra.
O
País prosperou sob a sua alçada, mas o ambiente político não era o mais
saudável, uma vez que D. Pedro interferia com as ambições dos nobres que
constituíam, por assim dizer, pequenos reinos dentro do próprio Reino. D.
Afonso, Conde de Barcelos e inimigo pessoal de D. Pedro, tornou-se o tio
favorito de D. Afonso V, começando a conspirar pelo poder. Em 1442, foi nomeado
primeiro Duque de Bragança. Com este título e as terras adjacentes, D. Afonso
tornou-se no homem mais poderoso de Portugal e num dos mais ricos da Europa.
Em
1448, já tendo atingido a maioridade, D. Afonso V assumiu o governo, anulando
os editais aprovados durante a regência. Com o apoio do tio D. Afonso, declarou
D. Pedro inimigo do reino, derrotando-o na Batalha de Alfarrobeira.
Concentrou-se então na expansão pelo Norte de África, onde conquistou Alcácer Ceguer
(1458), Anafe (1464), Arzila (1471), Tânger e Larache. Concedeu o monopólio do
comércio na Guiné a Fernão Gomes, com a condição de este explorar a costa, à
média de 100 léguas por ano, o que o levaria – em 1471 – a São Jorge da Mina,
onde descobriu um florescente comércio de ouro cujos lucros vieram ajudar o rei
nas suas conquistas.
Com
as campanhas africanas terminadas, D. Afonso V enfrentou novas batalhas, desta
vez políticas, na Península Ibérica e na vizinha Castela. Em 1475, na sequência
de uma crise dinástica, D. Afonso V casou com a sobrinha D. Joana de Trastâmara, assumindo
pretensões ao trono de Castela, que invadiu. Depois de ser derrotado na Batalha
de Toro, desistiu para sempre das suas pretensões. O Tratado, então
assinado, continha cláusulas respeitantes à política de projecção externa de
ambos os países, num momento em que os dois reinos competiam pelo domínio do
Oceano Atlântico e das terras até então descobertas na costa africana. Portugal
obteve o reconhecimento do seu domínio sobre a ilha da Madeira, o arquipélago
dos Açores, o de Cabo Verde e a costa da Guiné, enquanto que Castela recebia as
ilhas Canárias, renunciando a navegar ao Sul do cabo Bojador. Regulamentava
também as áreas de influência e de expansão de ambas as coroas pelo Reino
Oatácida de Fez, no Norte de África.
Desiludido
e com sintomas de depressão, D. Afonso V retirou-se para o Convento de Varatojo
em Torres Vedras
e abdicou a favor do filho D. João, futuro D. João II de Portugal. Morreu em
1481, quando regressava a Sintra. Está sepultado no Mosteiro de Santa Maria da
Vitória, na Batalha.
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