EFEMÉRIDE
– Audrey Hepburn, de seu verdadeiro nome Audrey Kathleen Ruston,
actriz britânica, morreu em Tolochenaz, na Suíça, em 20 de Janeiro de 1993.
Nascera em Ixelles, na Bélgica, em 4 de Maio de 1929. É considerada um ícone e
uma lenda do cinema mundial. Hepburn protagonizou muitos filmes, entre os quais
“A Princesa e o Plebeu”, que lhe rendeu o Oscar de Melhor Actriz.
Em Fevereiro de 1960, passou a ter uma estrela na Calçada da Fama de
Hollywood, em homenagem à sua dedicação e contribuição para o cinema.
Os
pais de Audrey divorciaram-se quando ela tinha 9 anos. Para manter a jovem
afastada das brigas familiares, a mãe enviara-a para um internato em
Inglaterra, onde ela se dedicou à dança, aprendendo ballet. Todavia, em 1939,
com o começo da Segunda Guerra Mundial, a mãe decidiu levá-la para a
Holanda, país neutro que – imaginava ela – não seria invadido pelos alemães. Os
protestos de Audrey não foram suficientes para a mãe mudar de ideias. A menina
queria continuar em Inglaterra, mas a mãe temia que a cidade de Londres fosse
bombardeada.
A
situação na Holanda foi, no entanto, bem diferente do que se previa. Com a
invasão nazi, a família sofreu muitas privações. Audrey teve frequentemente de
comer folhas de tulipa para sobreviver. Envolvida com a Resistência, viu
muitos dos seus familiares serem mortos. Participou em espectáculos
clandestinos de ballet para angariar fundos e transportou mensagens secretas
nas suas sapatilhas.
Com
o fim da guerra, Audrey e a mãe voltaram a Inglaterra, onde ingressou na prestigiada
escola de dança Marie Lambert. A sua professora, porém, foi categórica,
dizendo que ela era alta demais e não tinha talento suficiente para se tornar
uma bailarina de primeiro plano. Desiludida, passou a trabalhar como corista e
modelo fotográfico para garantir o sustento da família.
Foi
por esta época que decidiu investir noutra área, a da representação,
estreando-se num documentário, seguido por uma série de pequenos filmes. Em
1952, viajou para França a fim de filmar “Monte Carlo Baby”. Foi vista
no hall do hotel onde estava hospedada, pela escritora francesa Collette.
Naquele momento, Collette trabalhava na montagem para a Broadway da peça
“Gigi”, cujo papel principal ainda não tinha sido atribuído. Encantada
com Audrey, decidiu que seria ela a escolhida.
Pouco
tempo após o encontro com Collette, Audrey participou numa audição para o filme
“A Princesa e o Plebeu”. O realizador William Wyler escolheu-a de
imediato para protagonizar a Princesa Ann, dividindo a cena com Gregory Peck,
que também ficou surpreendido com o talento da jovem companheira. O sucesso foi
grande. Hollywood adoptou-a e ela recebeu o Oscar de Melhor Actriz. Três
dias após a cerimónia dos Oscars, recebeu o Tony Award pela sua
actuação em “Ondine”. Esta peça fora uma sugestão de Mel Ferrer, por
quem se apaixonara durante a temporada na Broadway e com quem se casou
em Setembro de 1954. Audrey também faria “Sabrina”, que lhe trouxe a
segunda nomeação para o Oscar. O costureiro Hubert de Givenchy, que
desenhara os seus vestidos para este filme, ficou seu amigo para toda a vida.
“Uma
cruz à beira do abismo” levou-a à terceira nomeação para os Oscars e
afastou qualquer dúvida quanto ao seu grande talento. Depois do nascimento do
seu primeiro filho, voltou a Hollywood para protagonizar “Bonequinha de Luxo”,
num papel que a transformaria num ícone e pelo qual seria lembrada para sempre.
Foi a sua quarta nomeação para os Oscars. Em 1963, foi a actriz
principal do musical “My Fair Lady”.
Audrey
Hepburn, que se divorciou de Mel Ferrer em Dezembro de 1968, decidiu parar a
sua actividade de actriz e casou-se com o psiquiatra italiano Andrea Dotti.
Moraram durante um ano em Roma, indo mais tarde viver na Suíça com os seus dois
filhos, um de cada casamento.
Decidiu
voltar ao cinema em 1976 e divorciou-se de Andrea Doti em 1982, após dois anos
de separação. Neste período, entrou em vários filmes e conheceu o actor
holandês Robert Wolders, de quem se tornou grande amiga e com quem viveu até ao
fim dos seus dias, sem todavia se casar.
Em
1987, deu início àquele que consideraria «o seu mais importante trabalho: o
de embaixatriz da UNICEF». Audrey, que tinha sido vítima da guerra,
sentiu-se em dívida para com a organização, pois fora a United Nations
Relief and Rehabitation Administration (que deu origem à UNICEF)
quem primeiro chegara com comida e suprimentos após o fim da Segunda Guerra
Mundial, salvando-a a ela e a muitas outras pessoas. Visitou cerca de 50
países, sobretudo em África e na América Latina, entre 1988 e 1992, viagens
facilitadas pelo seu domínio de várias línguas (falava fluentemente francês,
italiano, inglês, holandês e espanhol). A sua acção é hoje prosseguida pela Audrey
Hepburn Children’s Fund., fundada pelo seu filho Sean, um ano após a sua
morte.
Em
1989, fez uma participação especial em “Always” de Steven Spielberg.
Este seria o seu derradeiro filme. Audrey passou os seus últimos anos em
incansáveis missões da UNICEF, fazendo visitas, dando palestras e
promovendo concertos. No fim de 1992, começou a sentir dores de estômago. Em
1993, foi-lhe diagnosticado um cancro que se espalhou de modo fulminante para o
cólon. Morreu com 63 anos.
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