EFEMÉRIDE - Domingos Lam
Ka-tseung, sacerdote católico e bispo de Macau, de nacionalidade chinesa,
morreu em Macau no dia 27 de Julho de 2009. Nascera em Hong Kong, em 9 de Abril
de 1928.
Foi para Macau quando ainda era uma criança e estudou no Colégio Diocesano de São José e no Instituto Salesiano. Foi padrinho de crisma de John Tong, futuro bispo de Hong Kong, que estudou com ele no Seminário de São José. Foi ordenado padre católico em Macau, em Dezembro de 1953. Foi pároco da Igreja de Nossa Senhora do Carmo, entre 1959 e 1962. De 1962 a 1973, desempenhou actividade missionária na paróquia de São José (Singapura), que naquela altura era uma missão portuguesa dependente da Diocese de Macau. Regressado a Macau, foi nomeado vigário-geral da diocese em 1976.
Em Setembro de 1987, foi nomeado bispo-coadjutor da Diocese de Macau e, em Outubro de 1988, foi nomeado bispo da Diocese de Macau, substituindo o bispo D. Arquimínio Rodrigues da Costa, o último bispo de etnia portuguesa desta diocese da Igreja Católica. Assim, D. Domingos tornou-se o primeiro bispo de etnia chinesa da Diocese de Macau.
Durante o seu bispado, teve o importante trabalho de preparar a diocese e os seus católicos para a transferência de soberania de Macau para a República Popular da China, que ocorreu em Dezembro de 1999. Entre outras coisas, conseguiu garantir a autonomia financeira da diocese, para que ela, depois de 1999, pudesse continuar a manter a integridade do seu património, da sua rede de infra-estruturas e das suas funções socio-religiosas. Esta autonomia era fundamental para a sobrevivência da diocese, que deixou de receber subsídios governamentais depois de 1999, devido ao fim do Padroado português. Esta solidez financeira provinha do seu fundo de reserva, das suas numerosas propriedades em Macau e das suas acções, títulos, contas a prazo e investimentos nas bolsas de Nova Iorque, Hong Kong e Londres. Durante esta reorganização e consolidação financeira, vendeu também várias propriedades diocesanas, o que foi interpretado como uma posição de cautela face à transferência de soberania.
Preocupado também com as questões pastorais e educativas, D. Domingos Lam criou os Cursos de Formação de Catequistas e de Teologia para leigos; atribuiu bolsas de estudo; enviou vários sacerdotes para estudarem no exterior; contribuiu para a criação do Instituto Interuniversitário de Macau, em 1996; e criou - em 2000 - as quase-paróquias de São Francisco Xavier, em Mong-Há, e de São José, em Iao Hon. Reorganizou e fortaleceu também a rede de infra-estruturas das paróquias de Macau e apoiou várias iniciativas e instituições culturais e educativas, principalmente aquelas que estavam relacionadas com a música.
Ele gostava e interessava-se muito pela música e sabia tocar violino, cantar e compor. Reorientou a acção missionária e social da diocese, passando a centrar-se mais no «apoio aos refugiados e aos pobres, às crianças e aos idosos, e na formação humanística dos jovens».
Na qualidade de membro da Comissão de Redacção da Lei Básica de Macau, defendeu o futuro da Igreja Católica em Macau, a liberdade religiosa, o direito das organizações religiosas criarem e manterem escolas e a protecção do património cultural.
Apesar de ser chinês, era um grande conhecedor da cultura portuguesa e mantinha laços de amizade com as comunidades portuguesa e macaense. Sendo uma pessoa trabalhadora, inteligente, reflexiva, frontal, cordial, afável, jovial, animadora e conciliadora, ele dominava também diversas línguas, tais como o português, o latim, o cantonense, o mandarim, o inglês, o italiano, o espanhol e o francês. Escreveu e publicou algumas obras, entre as quais se destaca “A Diocese de Macau – Durante os Anos de 1967 a 1997”.
Resignou em Junho de 2003, aos 75 anos de idade, sendo seu sucessor, D. José Lai Hung-seng.
Recebeu ao longo da vida várias condecorações, das quais se salientam: Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique (1990); Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique (1996); Grande-Oficial da Ordem Militar de Cristo (2000); e Medalha do Lótus de Ouro, atribuída em Dezembro de 2002 pelo Governo da Região Administrativa Especial de Macau.
Foi para Macau quando ainda era uma criança e estudou no Colégio Diocesano de São José e no Instituto Salesiano. Foi padrinho de crisma de John Tong, futuro bispo de Hong Kong, que estudou com ele no Seminário de São José. Foi ordenado padre católico em Macau, em Dezembro de 1953. Foi pároco da Igreja de Nossa Senhora do Carmo, entre 1959 e 1962. De 1962 a 1973, desempenhou actividade missionária na paróquia de São José (Singapura), que naquela altura era uma missão portuguesa dependente da Diocese de Macau. Regressado a Macau, foi nomeado vigário-geral da diocese em 1976.
Em Setembro de 1987, foi nomeado bispo-coadjutor da Diocese de Macau e, em Outubro de 1988, foi nomeado bispo da Diocese de Macau, substituindo o bispo D. Arquimínio Rodrigues da Costa, o último bispo de etnia portuguesa desta diocese da Igreja Católica. Assim, D. Domingos tornou-se o primeiro bispo de etnia chinesa da Diocese de Macau.
Durante o seu bispado, teve o importante trabalho de preparar a diocese e os seus católicos para a transferência de soberania de Macau para a República Popular da China, que ocorreu em Dezembro de 1999. Entre outras coisas, conseguiu garantir a autonomia financeira da diocese, para que ela, depois de 1999, pudesse continuar a manter a integridade do seu património, da sua rede de infra-estruturas e das suas funções socio-religiosas. Esta autonomia era fundamental para a sobrevivência da diocese, que deixou de receber subsídios governamentais depois de 1999, devido ao fim do Padroado português. Esta solidez financeira provinha do seu fundo de reserva, das suas numerosas propriedades em Macau e das suas acções, títulos, contas a prazo e investimentos nas bolsas de Nova Iorque, Hong Kong e Londres. Durante esta reorganização e consolidação financeira, vendeu também várias propriedades diocesanas, o que foi interpretado como uma posição de cautela face à transferência de soberania.
Preocupado também com as questões pastorais e educativas, D. Domingos Lam criou os Cursos de Formação de Catequistas e de Teologia para leigos; atribuiu bolsas de estudo; enviou vários sacerdotes para estudarem no exterior; contribuiu para a criação do Instituto Interuniversitário de Macau, em 1996; e criou - em 2000 - as quase-paróquias de São Francisco Xavier, em Mong-Há, e de São José, em Iao Hon. Reorganizou e fortaleceu também a rede de infra-estruturas das paróquias de Macau e apoiou várias iniciativas e instituições culturais e educativas, principalmente aquelas que estavam relacionadas com a música.
Ele gostava e interessava-se muito pela música e sabia tocar violino, cantar e compor. Reorientou a acção missionária e social da diocese, passando a centrar-se mais no «apoio aos refugiados e aos pobres, às crianças e aos idosos, e na formação humanística dos jovens».
Na qualidade de membro da Comissão de Redacção da Lei Básica de Macau, defendeu o futuro da Igreja Católica em Macau, a liberdade religiosa, o direito das organizações religiosas criarem e manterem escolas e a protecção do património cultural.
Apesar de ser chinês, era um grande conhecedor da cultura portuguesa e mantinha laços de amizade com as comunidades portuguesa e macaense. Sendo uma pessoa trabalhadora, inteligente, reflexiva, frontal, cordial, afável, jovial, animadora e conciliadora, ele dominava também diversas línguas, tais como o português, o latim, o cantonense, o mandarim, o inglês, o italiano, o espanhol e o francês. Escreveu e publicou algumas obras, entre as quais se destaca “A Diocese de Macau – Durante os Anos de 1967 a 1997”.
Resignou em Junho de 2003, aos 75 anos de idade, sendo seu sucessor, D. José Lai Hung-seng.
Recebeu ao longo da vida várias condecorações, das quais se salientam: Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique (1990); Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique (1996); Grande-Oficial da Ordem Militar de Cristo (2000); e Medalha do Lótus de Ouro, atribuída em Dezembro de 2002 pelo Governo da Região Administrativa Especial de Macau.
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