EFEMÉRIDE - Eugen Bertolt
Friedrich Brecht, dramaturgo, poeta,
director e encenador de teatro alemão, morreu em Berlim Leste no dia 14 de
Agosto de 1956. Nascera em Augsburg, em 10 de Fevereiro de 1898. Os seus
trabalhos artísticos e teóricos influenciaram profundamente o teatro
contemporâneo, tornando-o mundialmente conhecido a partir das apresentações da
sua companhia, o Berliner Ensemble,
realizadas em Paris durante os anos 1954/1955.
No final dos anos 1920, Brecht tornara-se marxista, vivendo o intenso período das mobilizações da República de Weimar e desenvolvendo o seu teatro épico. A sua praxis é uma síntese das experiências teatrais de Erwin Piscator e Vsevolod Emilevitch Meyerhold, dos conceitos do formalista russo Viktor Chklovski, do teatro chinês e do teatro experimental da Rússia soviética, entre os anos 1917/1926. O seu trabalho como artista concentrou-se na crítica artística ao desenvolvimento das relações humanas no sistema capitalista.
Brecht nasceu no Estado Livre da Baviera, no extremo sul da Alemanha, estudou medicina e trabalhou como enfermeiro num hospital em Munique, durante a Primeira Guerra Mundial. Era filho de Berthold Brecht, dirigente de uma fábrica de papel, católico, exigente e autoritário, e de Sophie Brezing, protestante, que fez o seu filho ser baptizado nesta igreja.
As suas primeiras peças, “Baal” (1918/1926) e “Tambores na Noite” (1918/1920), foram encenadas na vizinha Munique. Na sua participação teatral, Brecht conheceu o director de teatro e cinema Erich Engel, com quem veio a trabalhar até o fim da vida.
Depois da I Grande Guerra, mudou-se para Berlim, onde o influente crítico Herbert Ihering lhe chamou a atenção para a apetência do público pelo teatro moderno. Trabalhou inicialmente com Erwin Piscator, famoso pelas suas cenas Piscator, como eram chamadas, cheias de projecções de filmes, cartazes, etc. Em Berlim, a peça “Im Dickicht der Städte”, protagonizada por Fritz Kortner e dirigida por Engel, tornou-se o seu primeiro sucesso.
O nazismo afirmava-se como a força renovadora que iria reerguer o país, pretendendo reviver o Sacro Império Romano-Germânico. Simultaneamente, chegavam à Alemanha influências da recém-formada União Soviética.
Com a eleição de Hitler, em 1933, os seus livros foram queimados em autos-de-fé. Brecht exilou-se primeiro na Áustria, depois na Suíça, Dinamarca, Finlândia, Suécia, Inglaterra, Rússia e - finalmente - nos Estados Unidos (1941). Considerado apátrida desde 1935, ano em que o regime nazi lhe retirou a nacionalidade alemã, naturalizou-se austríaco em 1950.
Trabalhou em Hollywood, tendo escrito o guião do filme antinazi “Os carrascos também morrem”, que seria realizado por Fritz Lang em 1943. Instalou-se na RDA (República Democrática Alemã) em 1949.
Os seus textos e montagens fizeram-no ser conhecido mundialmente. Brecht é um dos escritores fundamentais do século: revolucionou a teoria e a prática da dramaturgia e da encenação, mudou completamente a função e o sentido social do teatro, usando-o como arma de consciencialização e politização.
Algumas das suas obras principais: “Um Homem é um Homem”, em que cresce a ideia do homem como um ser transformável; “Mãe Coragem e Seus Filhos”, sobre a Guerra dos Trinta Anos, escrita no exílio, no começo da Segunda Guerra Mundial; e “A Vida de Galileu”. Afirma Bernard Dort, a respeito desta última: «Esta obra foi escrita, pelo menos originalmente, para servir de exemplo e de conselho aos sábios alemães tentados a abdicar do seu saber nas mãos dos chefes nazis».
Escreveu também “O Senhor Puntila e o seu criado Matti”, “A Resistível Ascensão de Arturo Ui”, “O Círculo de Giz Caucasiano”, “A Boa Alma de Setzuan”, “A Santa Joana dos matadouros” e “A Ópera dos Três Vinténs”.
Não é simples falar sobre o conceito que Brecht tinha do teatro, apesar de - ao longo de 30 anos - ter escrito ensaios e comentários sobre este tema.
Além de dramaturgo e director, Brecht foi responsável por aprofundar o método de interpretação do teatro épico, uma das grandes teorias de interpretação do século XX. Uma das maiores influências no desenvolvimento desta forma de interpretação foi a arte do actor Mei Lan-Fang, que Brecht acompanhou numa representação em Moscovo em 1935.
Tendo-se tornado, entretanto, uma figura quase-oficial do regime da RDA, foi proposto para o Prémio Estaline Internacional para a Paz em 1954, prémio que recebeu em Moscovo n ano seguinte. Faleceu em 1956, vítima de enfarte.
No final dos anos 1920, Brecht tornara-se marxista, vivendo o intenso período das mobilizações da República de Weimar e desenvolvendo o seu teatro épico. A sua praxis é uma síntese das experiências teatrais de Erwin Piscator e Vsevolod Emilevitch Meyerhold, dos conceitos do formalista russo Viktor Chklovski, do teatro chinês e do teatro experimental da Rússia soviética, entre os anos 1917/1926. O seu trabalho como artista concentrou-se na crítica artística ao desenvolvimento das relações humanas no sistema capitalista.
Brecht nasceu no Estado Livre da Baviera, no extremo sul da Alemanha, estudou medicina e trabalhou como enfermeiro num hospital em Munique, durante a Primeira Guerra Mundial. Era filho de Berthold Brecht, dirigente de uma fábrica de papel, católico, exigente e autoritário, e de Sophie Brezing, protestante, que fez o seu filho ser baptizado nesta igreja.
As suas primeiras peças, “Baal” (1918/1926) e “Tambores na Noite” (1918/1920), foram encenadas na vizinha Munique. Na sua participação teatral, Brecht conheceu o director de teatro e cinema Erich Engel, com quem veio a trabalhar até o fim da vida.
Depois da I Grande Guerra, mudou-se para Berlim, onde o influente crítico Herbert Ihering lhe chamou a atenção para a apetência do público pelo teatro moderno. Trabalhou inicialmente com Erwin Piscator, famoso pelas suas cenas Piscator, como eram chamadas, cheias de projecções de filmes, cartazes, etc. Em Berlim, a peça “Im Dickicht der Städte”, protagonizada por Fritz Kortner e dirigida por Engel, tornou-se o seu primeiro sucesso.
O nazismo afirmava-se como a força renovadora que iria reerguer o país, pretendendo reviver o Sacro Império Romano-Germânico. Simultaneamente, chegavam à Alemanha influências da recém-formada União Soviética.
Com a eleição de Hitler, em 1933, os seus livros foram queimados em autos-de-fé. Brecht exilou-se primeiro na Áustria, depois na Suíça, Dinamarca, Finlândia, Suécia, Inglaterra, Rússia e - finalmente - nos Estados Unidos (1941). Considerado apátrida desde 1935, ano em que o regime nazi lhe retirou a nacionalidade alemã, naturalizou-se austríaco em 1950.
Trabalhou em Hollywood, tendo escrito o guião do filme antinazi “Os carrascos também morrem”, que seria realizado por Fritz Lang em 1943. Instalou-se na RDA (República Democrática Alemã) em 1949.
Os seus textos e montagens fizeram-no ser conhecido mundialmente. Brecht é um dos escritores fundamentais do século: revolucionou a teoria e a prática da dramaturgia e da encenação, mudou completamente a função e o sentido social do teatro, usando-o como arma de consciencialização e politização.
Algumas das suas obras principais: “Um Homem é um Homem”, em que cresce a ideia do homem como um ser transformável; “Mãe Coragem e Seus Filhos”, sobre a Guerra dos Trinta Anos, escrita no exílio, no começo da Segunda Guerra Mundial; e “A Vida de Galileu”. Afirma Bernard Dort, a respeito desta última: «Esta obra foi escrita, pelo menos originalmente, para servir de exemplo e de conselho aos sábios alemães tentados a abdicar do seu saber nas mãos dos chefes nazis».
Escreveu também “O Senhor Puntila e o seu criado Matti”, “A Resistível Ascensão de Arturo Ui”, “O Círculo de Giz Caucasiano”, “A Boa Alma de Setzuan”, “A Santa Joana dos matadouros” e “A Ópera dos Três Vinténs”.
Não é simples falar sobre o conceito que Brecht tinha do teatro, apesar de - ao longo de 30 anos - ter escrito ensaios e comentários sobre este tema.
Além de dramaturgo e director, Brecht foi responsável por aprofundar o método de interpretação do teatro épico, uma das grandes teorias de interpretação do século XX. Uma das maiores influências no desenvolvimento desta forma de interpretação foi a arte do actor Mei Lan-Fang, que Brecht acompanhou numa representação em Moscovo em 1935.
Tendo-se tornado, entretanto, uma figura quase-oficial do regime da RDA, foi proposto para o Prémio Estaline Internacional para a Paz em 1954, prémio que recebeu em Moscovo n ano seguinte. Faleceu em 1956, vítima de enfarte.
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