quinta-feira, 23 de agosto de 2018

23 DE AGOSTO - EPHRAIM KISHON


EFEMÉRIDE - Ephraim Kishon, escritor, jornalista, cronista, guionista e realizador de cinema israelita, nasceu em Budapeste no dia 23 de Agosto de 1924. Morreu em Appenzell, Suíça, em 29 de Janeiro de 2005.
Foi o primeiro cineasta de Israel com filmes nomeados para os Oscars, tendo conquistado dois Globos de Ouro (com “Sallah Shabati” em 1965 e “Ha-Shoter Azulai” em 1972). Em 2002, recebeu o Prémio Israel, pelo conjunto da sua obra literária e satírica.
Nascido numa família judaica burguesa e assimilada de Budapeste, o seu nome original era Ferenc Hoffmann. Estudou escultura e pintura. Em 1941, interrompeu os estudos na Academia do Comércio, por causa da nova legislação anti-semita na Hungria, e consagrou-se à joalheria. A partir de 1944, esteve num campo de concentração.
Sobreviveu quase por milagre. A sua habilidade para o xadrez valeu-lhe as boas graças do comandante, um jogador inveterado.  Naquele campo, os nazis alinhavam também os prisioneiros e abatiam um - de dez em dez. Ele teve a sorte de nunca ficar em 10º…
No fim daquele ano, foi enviado para outro campo de concentração, de onde consegui fugir em 1945, num combóio de transportes que partia para a Polónia, ocupada igualmente pela Alemanha.
Regressado a Budapeste, encontrou a família que estava escondida. Graças a um vizinho corajoso, arranjou documentos falsos e pôde assim viver até ao fim da guerra, como se fosse Stanko Andras, um operário eslovaco.
Conseguiu depois., sob o regime de Estaline, ganhar a sua vida como jornalista de uma publicação satírica pró-comunista. Consciente da mentira em que vivia, aproveitou a primeira oportunidade que teve para deixar a Hungria com a esposa, emigrando para Israel. Foi inscrito nos serviços de imigração com o nome de Ephraïm Kishon.
Ephraim aprendeu os rudimentos da língua hebraica com uma rapidez notável. Mais tarde, arranjou trabalho na redacção de um jornal húngaro local, onde se ocupava da edição nocturna. Em 1951, foi admitido no “Omer”, redigido em hebraico fácil.
Em 1951, ingressou no “Oulpan Etsion” de Jerusalém, onde dedicou um ano inteiro a estudar profundamente o hebraico.
Iniciou então uma carreira de humorista e ofereceu os seus serviços a grandes publicações israelitas, mas as suas propostas foram rejeitadas até ao dia em que o jornal “Davar” publicou um dos seus artigos. Nesse mesmo ano, Kishon publicou a sua primeira obra, onde descrevia, com humor, os primeiros passos de um novo imigrante.
Confiaram-lhe em 1952 a coluna “Had Gadya”, no diário “Ma'ariv”. Dedicada principalmente à sátira sociopolítica, tornou-se uma das crónicas mais populares do país, sendo algumas delas utilizadas mesmo a nível teatral. Ephraim alimentou esta rubrica durante 30 anos.
Em 1953, o Teatro Habima levou à cena a sua primeira peça, que obteve grande sucesso: Era a primeira vez que um escritor ousava criticar o poder, então nas mãos do Mapai, o principal partido social-democrata israelita.
As suas obras passaram a ser traduzidas no estrangeiro e ele tornou-se um porta-voz de Israel, além-fronteiras, onde era comparado a Art Buchwald e Mark Twain, entre outros escritores.
Prosseguiu depois como guionista de nível mundial e realizou cinco filmes em Israel. As suas obras obtiveram numerosos prémios internacionais, sobretudo em Hollywood.

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