quarta-feira, 9 de janeiro de 2019

9 DE JANEIRO - PAULO GOULART


EFEMÉRIDE - Paulo Goulart, nome artístico de Paulo Afonso Miessa, actor, dramaturgo, director e escritor brasileiro, nasceu em Ribeirão Preto no dia 9 de Janeiro de 1933. Morreu em São Paulo, em 13 de Março de 2014. Considerado um dos maiores talentos do teatro brasileiro, Goulart deixou a sua marca na rádio, na televisão e no cinema.
Entre os prémios e homenagens que recebeu durante a sua carreira, salientam-se o Troféu Roquette Pinto de Melhor Actor (1967), o Troféu Helena Silveira de Melhor Actor (1970), o Troféu APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) e o Prémio Molière de Melhor Actor em 1974, pela sua actuação em “Orquestra de Senhoritas”, de Jean Anouilh.
A família Goulart foi homenageada na 18ª edição do Prémio Shell de Teatro do Rio de Janeiro. Paulo Goulart, sua esposa Nicette Bruno e os filhos Beth Goulart, Bárbara Bruno e Paulo Goulart Filho receberam um Troféu Especial «pela união e realizações teatrais ao longo de mais de duas décadas». Por ter colocado em prática o Programa Teatro nas Universidades, recebeu em 2009, o Prémio Especial da Associação Paulista dos Críticos de Arte. Em 2010, recebeu o Troféu Super Cap de Ouro de Melhor Actor e a comenda da Ordem do Ipiranga concedida pelo Governo do Estado de São Paulo. Em 2014, Paulo foi homenageado na 26º edição do Prémio Shell de Teatro de São Paulo. Em 2015, foi homenageado postumamente na inauguração da sala de Teatro Paulo Goulart, em São Paulo.
O seu primeiro emprego foi como operador de som e locutor na ZYG-8 – Rádio Difusora de Olímpia, fundada pelo seu pai. Participou num conjunto de cantores, conhecido como Quarteto Tupã. Com 17 anos, mudou-se para a cidade de São Paulo e chegou a estudar Química Industrial no Liceu Eduardo Prado.
Paulo Goulart viveu com a actriz Nicette Bruno durante 60 anos, conhecendo-a em 1952 durante a peça “Senhorita Minha Mãe” e tendo casado em 1954. Tiveram três filhos, todos tendo seguido a carreira dos pais. Também eram avós de duas actrizes.
A luta de Paulo Goulart contra um cancro começou em 2008, quando os médicos descobriram um tumor nos rins. Desde então, foram vários os internamentos e tratamentos intensivos, mas em 2012 foi-lhe diagnosticado um tumor no mediastino. O actor estava internado desde 8 de Janeiro de 2014 e faleceu aos 81 anos, rodeado da família.
Estreou-se como actor de folhetins radiofónicos, em 1951. O seu primeiro programa na TV Tupi foi um programa humorístico. Um ano depois, saiu da Rádio Tupi e TV Tupi, indo para a TV Paulista, a fim de integrar o elenco da telenovela “Helena”. Fez a sua estreia no teatro ainda em 1952, na peça “Senhorita Minha Mãe” e, no mesmo ano, actuou em “Amor Versus Casamento”.
O actor e Nicette fundaram, em 1953, a companhia Teatro Íntimo Nicette Bruno, actuando em peças como “Week-end”, de Noël Coward, e “É Proibido Suicidar-se na Primavera”, de Alejandro Casona. Em 1956, entrou para o elenco da peça “Vestido de Noiva”. Depois de uma breve passagem pela TV Continental, de 1958 a 1959, onde actuou na série “Dona Jandira em Busca da Felicidade” (1959), foi dirigido por Ziembinski em “Zefa entre os Homens”, em 1962. No mesmo ano, Paulo e a esposa mudaram-se para Curitiba, quando foram convidados para leccionar Teatro e fazerem parte do primeiro grupo do recém-criado Teatro de Comédia do Paraná, em que produziram diversas peças, como “Um Elefante no Caos”, de Millôr Fernandes, “A Megera Domada”, de Shakespeare, e “O Santo Milagroso”, de Lauro César Muniz.
No cinema, estreou-se em 1954, na comédia “Destino em Apuros”, filme, que é tido como o primeiro a cores produzido no Brasil. O seu segundo trabalho no cinema foi “Rio, Zona Norte” (1957). Entre o final da década de 1950 e o começo da década de 1960, prosseguiu as suas participações no cinema. Em 1972, voltou ao cinema na produção “A Marcha”, de Oswaldo Sampaio. Participou também em filmes ligados ao espiritismo, como “Chico Xavier” e “Nosso Lar”.
De 1966 a 1969, passou a dedicar-se à TV Excelsior, na qual fez várias telenovelas.  Em 1967, Paulo e Nicette formaram parceria com o director Antonio Abujamra, criaram o Teatro Livre e encenaram diversas produções.  A sua primeira telenovela na Globo foi “A Cabana do Pai Tomás” (1969). No mesmo ano, foi um dos protagonistas de “Verão Vermelho”, de Dias Gomes, mas actuou também na programação do SBT, TV Record e TV Bandeirantes.
Em 1975, iniciou-se como dramaturgo, escrevendo “Nós Também Sabemos Fazer”, peça que dirigiu ele próprio no mesmo ano. São de sua autoria igualmente os espectáculos “Papai, Mamãe & Cia” (1976), “Mãos ao Alto, São Paulo!” (1980), “O Infalível Dr. Brochard” (1983), “Look Book Hip House” (1990), texto feito em parceria com a filha Bárbara Bruno, e “Sete Vidas” (1997). Também escreveu o poema “Ser Amigo” e, como autor de livros, lançou “7 Vidas” (1997), um livro de auto-ajuda, “Grandes pratos e pequenas histórias de amor” (2010), livro de culinária escrito em parceria com a Nicette Bruno, e “Voo da Borboleta”.
Representando “Tiradentes”, leu um manifesto contra a elevada carga tributária brasileira. Em parceria com a Associação Comercial de São Paulo, criou o programa “Teatro nas Universidades”, para oferecer a universitários a oportunidade de contacto com o teatro e, igualmente, incentivar o empreendedorismo entre os jovens, por meio de peças escritas especialmente com esse fim.

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