quarta-feira, 12 de junho de 2019

12 DE JUNHO - FERNANDO BRANT


EFEMÉRIDE - Fernando Rocha Brant, jornalista e compositor brasileiro, morreu em Belo Horizonte no dia 12 de Junho de 2015. Nascera em Caldas, no sul de Minas Gerais, em 9 de Outubro de 1946. Na década de 1960, na cidade de Belo Horizonte, participou no movimento musical Clube da Esquina e, durante a sua carreira, foi parceiro de Milton Nascimento, Lô Borges, Wagner Tiso, Márcio Borges, Nivaldo Ornelas, Toninho Horta e Paulo Braga.
Aos 5 anos, a família mudou-se para Diamantina e, aos dez, para a capital mineira Belo Horizonte. Estudou no Grupo Barão do Rio Branco, no Colégio Arnaldo e no Colégio Estadual Central, antes de completar o ensino médio no recém-criado Colégio Técnico da UFMG. Brant tornou-se um ávido leitor e cinéfilo, enquanto conhecia os seus futuros parceiros musicais Milton Nascimento e Márcio Borges.
Estudou Direito como o seu pai e trabalhou como jornalista, escrevendo para “O Cruzeiro”, “A Cigarra” e outras publicações dos “Diários Associados”. A sua entrada na área musical aconteceu em 1966, quando Milton Nascimento o convidou para colocar, pela primeira vez, letra numa sua melodia. O resultado foi “Travessia”, inspirada na obra “Grande Sertão: Veredas”, de Guimarães Rosa. Em 1967, “Travessia” foi gravada no álbum com o mesmo nome, de M. Nascimento, e ficou em segundo lugar no II Festival Internacional da Canção do Rio de Janeiro.
A partir daí, Brant compôs canções com vários parceiros. O principal foi Milton Nascimento, com quem fez mais de 200 canções, entre elas “Maria, Maria”, “Canção da América”, “Ponta de Areia”, “Planeta Blue”, “Promessas do Sol”, “O Vendedor de Sonhos”, “Saudade dos Aviões da Panair (Conversando no Bar)”, “Encontros e Despedidas”, “Nos Bailes da Vida” e “San Vicente”. Os temas evocavam em especial a infância do autor, com uma Bela Horizonte tranquila e com a garotada brincando nas ruas. Criou guiões e letras para ballets, peças de teatro, bandas sonoras de filmes e telenovelas. Criou, com Tavinho Moura, o musical brasileiro “Fogueira do Divino”.
Desde os anos 1980, foi presidente da União Brasileira de Compositores, actuando na defesa dos direitos autorais dos músicos. Brant voltou a trabalhar para a imprensa, sendo colunista de cultura no “Estado de Minas”, entre 2001 e 2014.
Faleceu em decorrência de complicações após uma segunda cirurgia de transplante do fígado.
No seu velório, estiveram presentes muitas personalidades da música e da política. Durante a cerimónia de despedida, o seu corpo foi coberto pela bandeira do América Futebol Clube e os amigos cantaram versos da “Travessia” («Quando você foi embora / fez-se noite em meu viver») e de “Canção da América” («Amigo é coisa pra se guardar a sete chaves / dentro do coração»).

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