sexta-feira, 7 de junho de 2019

7 DE JUNHO - AGUINALDO SILVA


EFEMÉRIDE - Aguinaldo Ferreira da Silva, escritor, guionista, jornalista, cineasta e autor de telenovelas brasileiro, nasceu em Carpina no dia 7 de Junho de 1943. Obteve a cidadania portuguesa, estando actualmente radicado em Lisboa.
Aguinaldo possui a ‘marca’ de único dramaturgo da TV Globo que só escreveu novelas de horário nobre. de acordo com a revista “Veja”. É ainda o único autor de telenovelas do mundo que possui dois prémios Emmy Internacional: o primeiro conquistado pela supervisão da telenovela portuguesa “Laços de Sangue”; o segundo, pela autoria da telenovela brasileira “Império”. Escreveu a novela de maior audiência da década de 1980, “Roque Santeiro”, da década de 2000, “Senhora do Destino”, e da década de 2010, “Fina Estampa”.
Na adolescência, ainda funcionário de um cartório no Recife, escreveu o romance “Redenção para Job”. Lançado com sucesso, acabou por gerar polémica porque correram rumores atribuindo a autoria real ao jornalista Newton Rodrigues.
Em 1962, quando a rede de jornais “Última Hora implantou no Recife o “Última Hora Nordeste”, Aguinaldo foi requisitado pelo jornalista Múcio Borges da Fonseca para trabalhar como repórter. Ele trabalhou alguns meses cobrindo a área do aeroporto, mas preferiu actuar internamente, na redacção, passando a exercer as funções de copidesque.
Com o fecho do jornal pelo movimento militar de 1964, Aguinaldo Silva foi morar no Rio de Janeiro, onde passou a trabalhar como repórter policial no jornal “O Globo”. Na década de 1970, editou o primeiro jornal gay do país, “O Lampião”, um tablóide semanal que teve vida curta. Lutava contra a descriminação dos homossexuais.
A sua experiência como repórter policial fez com que fosse convidado, em 1979, para ser um dos autores da série “Plantão de Polícia”, da Rede Globo, que retratava a vida de um veterano, o fictício Waldomiro Pena.
O sucesso da série levou-o a escrever também vários episódios de “Malu Mulher”. Posteriormente, lançou o formato mini-série na TV brasileira, escrevendo com Doc Comparato, “Lampião e Maria Bonita”. Por este trabalho, receberam o Troféu APCA de Revelação Masculina de 1982, na categoria Televisão.
Com o mesmo parceiro, desenvolveu ainda mais duas mini-séries - “Bandidos da Falange” (1983) e “Padre Cícero” (1984) - e mais uma a solo - a adaptação de “Tenda dos Milagres” de Jorge Amado (1985). No mesmo ano em que foi transmitido “Padre Cícero”, escreveu a primeira telenovela da sua carreira em parceria com a também estreante Glória Perez: “Partido Alto”, estreada no horário nobre, mostrando simultaneamente os universos da Zona Sul carioca e dos subúrbios da cidade. Contudo, tal experiência não deu certo e Aguinaldo abandonou a feitura da mesma antes do seu fim. Recuperou logo no ano seguinte, quando José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, executivo da TV Globo, o convidou a escrever a novela “Roque Santeiro”.
Esta telenovela de Dias Gomes, proibida pela censura da ditadura militar em 1975, tinha 40 capítulos escritos, mas o autor recusou-se a retomar o trabalho; Aguinaldo foi convidado a escrever a novela a partir do ponto em que Dias Gomes tinha parado e o resultado foi um grande sucesso junto do público e da crítica.
Foi também co-autor, com Gilberto Braga e Leonor Bassères, da novela “Vale Tudo”, em 1988.
Em 1989, escreveu “Tieta”, protagonizada por Betty Faria, sendo considerada uma das melhores novelas da história da Rede Globo. Contava a história de Tieta do Agreste, baseada no livro de Jorge Amado. A novela, na época, constituiu uma explosão nas audiências.  
O seu talento de romancista e ficcionista, enriquecido pela experiência na reportagem policial, casou com a produção de folhetins televisivos. Outras suas características marcantes são o regionalismo e o realismo fantástico. Em 1992, ao lado de Ana Maria Moretzsohn e Ricardo Linhares, escreveu a telenovela “Pedra sobre Pedra”, que tinha como foco uma história no estilo de Romeu e Julieta, e como história secundária, o regionalismo e o realismo fantástico. Em 1993, mais uma vez ao lado dos mesmos autores, escreveu outro sucesso, “Fera Ferida”. Em 1997, escreveu mais um êxito, com a mesma temática das suas novelas anteriores, “A Indomada”, telenovela que marcou uma época.
Em 2001, escreveu o sucesso “Porto dos Milagres”, novamente em parceria com Ricardo Linhares. Teve êxito também com “Senhora do Destino”, em 2004, novela de maior audiência da década de 2000, com uma média geral de audiências não superada por nenhuma outra novela até ao momento.
Entre Outubro de 2007 e Maio de 2008, foi exibida “Duas Caras”, telenovela de sua autoria. Apesar da baixa média de audiências, durante os oito meses em que foi exibida, o enredo foi eleito pelo jornal espanhol “20 minutos” a 9ª melhor telenovela brasileira de todos os tempos.
Foi autor da mini-série “Cinquentinha”. Começou o ano de 2010, supervisionando a novela “Tempos Modernos”, de Bosco Brasil. Em Portugal, supervisionou a telenovela “Laços de Sangue”, primeira novela co-produzida pela Rede Globo e SIC.
Em 2011, escreveu a mini-série “Lara com Z”. No mesmo ano, escreveu “Fina Estampa” para o horário nobre da Rede Globo.
Em 2013, supervisionou o remake de “Fina Estampa”, produzida pela Rede Globo e Telemundo. Também no mesmo ano, finalizou o guião de “Super Crô - O Filme”. 
Em 2014 escreveu a telenovela “Império”, que possuiu o título provisório de “Falso Brilhante”. Recentemente, em parceria com Brunno Pires e Megg Santos, escreveu uma série intitulada “Doctor Pri”, com Glória Pires.
Em 2014, recebeu da presidente Dilma Rousseff, o título de comendador da Ordem do Mérito Cultural. Em 2018, regressou novamente ao realismo fantástico em “O Sétimo Guardião”.

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