EFEMÉRIDE
– José Júlio de Souza Pinto, pintor português ligado à primeira geração naturalista,
morreu em Pont-Scorff, na Bretanha, em 14 de Abril de 1939. Nascera em
Angra do Heroísmo no dia 15 de Setembro de 1856. Era irmão do também pintor
António Souza Pinto.
Embora
nascido nos Açores, era filho de pais continentais. Viveu também em Santa Maria e em São Miguel , até ter 14
anos de idade. Residiu depois no Porto até ao fim da adolescência, fase em que
teve os primeiros contactos com a pintura. Frequentou a Escola de
Belas-Artes entre 1870 e 1878, tendo estudado com Soares dos Reis, entre
outros pintores. Em 1880, venceu um prémio que consistia numa viagem e partiu
para Paris.
Na
capital francesa, frequentou o estúdio de Alexandre Cabanel e estudou com William-Adolphe
Bouguereau na École des Beaux-Arts. Integrou-se rapidamente na vida
artística parisiense, expondo regularmente em Salões e recebendo vários
prémios. Em 1890, foi nomeado membro do júri oficial da Legião de Honra
e, em 1900, do júri académico da Escola das Belas-Artes.
Souza
Pinto desenvolveu uma carreira sólida em França, fazendo frequentes visitas a
Portugal, onde expôs em mostras colectivas e individuais em Lisboa e no Porto,
até 1929. As suas obras figuram nos acervos de diversos museus franceses e foi
o primeiro artista português a ter uma obra incluída na colecção do Museu do
Luxemburgo (embrião do Museu de Orsay). Apaixonou-se pela Bretanha,
região francesa, onde veio a residir até ao seu falecimento. A revista “Illustration”
reproduziu a maior parte das suas obras.
Pintou
quadros de grande emoção, permitindo-se a utilização de alguns efeitos
secundários do Impressionismo na sua vasta produção de paisagens
campestres e à beira-mar, além de cenas do quotidiano rural, dos dramas vividos
pelos aldeões e de interiores.
Para
o crítico José Augusto França, Souza Pinto foi o artista que melhor estabeleceu
uma conexão entre a pintura portuguesa e a Escola de Paris. Apresentou
as suas obras, entre muitos outros locais, na Exposição de Nice (1884),
na Exposição Universal de Paris de 1889 e na Exposição do Rio de
Janeiro (1895 e 1908).
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