EFEMÉRIDE
– Eugénia de Jesus Lima, acordeonista portuguesa, morreu em Rio Maior no dia 4 de
Abril de 2014. Nascera em
Castelo Branco , em 29 de Março de 1926. Tocou pela primeira
vez em público aos quatro anos idade, no Cinema-Teatro Vaz Preto em Castelo Branco. O
pai era afinador de acordeões e tinha muitos instrumentos destes em casa, o que
explica a precocidade da filha.
Eugénia
fez a sua estreia no Teatro Variedades em 1935, na revista “Peixe
Espada”. Actuou pela primeira vez na rádio em Novembro do mesmo ano, aos
microfones da então Emissora Nacional, num programa de folclore da Beira
Baixa. Aos 13 anos, o pai tentou inscrevê-la no Conservatório de Lisboa,
mas os responsáveis disseram-lhe que o acordeão não tinha entrada naquela
instituição.
Desde
1936, com dez anos de idade, atravessou uma autêntica odisseia, pois as leis
vigentes no País, ao tempo, não permitiam a actuação de artistas menores em
casas de espectáculos. Aos 15 anos, com uma autorização especial, actuou no Casino
do Estoril, com enorme sucesso. Ainda com uma autorização especial emanada
da Presidência da República, continuou então a actuar em diversas casas de
espectáculos de Lisboa, como o Éden Teatro, Solar da Alegria, Café
Luso, Retiro da Severa, etc..
Começou
a gravar em 1943. Em 1947, conquistou o 1º Lugar no Concurso de
Acordeonistas (Emissora Nacional). Ainda em 1947, foi ao estrangeiro
pela primeira vez, a França, onde realizou vários recitais, convidada por uma
famosa fábrica de acordeões, a Fratelli Crossio.
Actuou
várias vezes na televisão portuguesa e, também, em diversos canais de outros
países, nomeadamente dos Estados Unidos da América, Canadá, Venezuela, Brasil,
Argentina, França, Bélgica, Áustria, etc..
Foi
compositora de mais de 200 melodias e fez muitos arranjos de músicas famosas,
tendo gravado cerca de 50 discos.
Foi
fundadora da Orquestra Típica Albicastrense, em Julho de 1956. Em 1962,
recebeu o “Óscar da Imprensa”, como Melhor Solista de Música Ligeira.
Em
Maio de 1980, foi agraciada com o grau de Dama da Ordem Militar de Santiago
de Espada. Diplomou-se com o Curso Superior de Acordeão, na
categoria de Professora, no Conservatório de Acordeão de Paris.
Em Setembro de 1984, a
União Nacional dos Acordeonistas de França atribuiu-lhe (pela primeira
vez a um estrangeiro) o seu Diploma Honorífico.
Em
Setembro de 1986, foi condecorada pelo Ministério da Cultura com a
medalha de Mérito Cultural. Em Outubro de 1995, foi agraciada pelo
Presidente da República com o grau de Grande Oficial da Ordem do Infante D.
Henrique.
Aos
85 anos (2011), foi ao Algarve para uma festa que reuniu fãs de vários pontos
da região. O seu nome figura no “Dicionário Mundial de Mulheres Notáveis”.
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