EFEMÉRIDE
– Josina Abiatar Muthemba Machel, guerrilheira e activista
moçambicana, morreu vítima de doença em Dar es Salaam, na Tanzânia, em 7 de
Abril de 1971. Nascera em Inhambane no dia 10 de Agosto de 1945. Lutou nas
fileiras da FRELIMO pela independência de Moçambique. Em 1969, casou-se
com Samora Machel, a quem deu um filho. Com a independência, a data da sua
morte passou a ser comemorada como Dia da Mulher Moçambicana.
Aos
18 anos, Josina foi presa em
Victoria Falls , na Rodésia, e posteriormente entregue à PIDE
(polícia política do regime português), em Lourenço Marques
(agora Maputo). Em Maio do ano seguinte à sua detenção fugiu para a Tanzânia.
Em 1967, a Frente de
Libertação de Moçambique (FRELIMO), que lutava pela independência do
território face a Portugal, criou o Destacamento Feminino, onde Josina
se filiou de imediato, abdicando para isso de uma bolsa no estrangeiro. Ainda
nesse ano, foi nomeada chefe da Secção da Mulher, no Departamento de
Negócios Estrangeiros. Ao longo da sua vida, defendeu sempre a igualdade de
direitos entre o Homem e a Mulher.
Foi
ela que impulsionou a criação de Centros Infantis, onde elementos do Destacamento
Feminino tomavam conta das crianças que ficavam órfãs ou cujos pais estavam
ausentes, por serem guerrilheiros.
Abordando
a questão feminina e a sua participação na luta, Josina Machel escreveu: «Antes,
mesmo na nossa sociedade, as mulheres tinham uma posição inferior. Hoje, na FRELIMO,
a mulher tem voz e um importante papel a desempenhar. Pode exprimir as suas
opiniões. Tem liberdade para dizer o que pensa. Tem os mesmos direitos e
deveres que qualquer outro militante, porque é moçambicana, porque no nosso
partido não há discriminação baseada no sexo».
A
luta armada serviu de base para a emancipação da mulher, cuja participação e
envolvimento em várias actividades era bem evidente. Pela primeira vez, foi
defendido o princípio de igualdade entre homens e mulheres. A FRELIMO
tinha como um dos objectivos principais garantir uma definição clara da
inserção da mulher no movimento revolucionário. Altos dirigentes da FRELIMO
receberam instrução militar de Josina Machel.
A
filosofia da FRELIMO permitiu às mulheres uma maior visibilidade para a
sua condição, tendo influenciado as directrizes do partido, no período
pós-independência. A política do governo da FRELIMO, após a libertação
em 1975, trouxe significativos ganhos para o género feminino.
Na
década de 1980, em sua homenagem, uma rua do bairro de Bangu, na cidade
brasileira do Rio de Janeiro, foi baptizada com o seu nome. Em Maputo, a
principal escola secundária, o ex Liceu Salazar, foi renomeada Escola
Secundária Josina Machel.
Em
1977, o antigo Hospital Maria Pia em Luanda, Angola, foi também
rebaptizado com o nome de Josina Machel, embora os dois nomes sejam usados no
letreiro que identifica o edifício.
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