EFEMÉRIDE
– Marcel Camus, realizador de cinema francês, nasceu em Chappes, nas Ardenas,
em 21 de Abril de 1912. Morreu em Paris no dia 13 de Janeiro de 1982, tendo
sido sepultado no cemitério do Père-Lachaise. Recebeu uma Palma de
Ouro no Festival de Cannes (1959) e o Oscar de Melhor Filme
Estrangeiro (1960), ambos a premiarem “Orfeu Negro”, uma película de
sucesso mundial.
Estudou
nas Belas-Artes e tornou-se professor de desenho. Durante a Segunda
Guerra Mundial, esteve detido num campo de prisioneiros alemão. Descobriu o
teatro ao fazer a montagem dos seus primeiros espectáculos, juntamente com
outros detidos. Actuava sobretudo como decorador, actor e cenarista.
Depois
da Libertação, um tio apresentou-o a vários cineastas. Foi então
assistente ou conselheiro técnico de Luis Buñuel e de Daniel Gélin, entre
outros.
Realizou
a sua primeira longa-metragem em 1957, adaptando ao cinema o romance de Jean
Hougron “Mort en fraude”. Este filme, que punha em causa a política
francesa na Indochina, foi proibido pela censura nos territórios do ultramar
francês. Por esta época, casou-se com a actriz e dançarina norte-americana
Marpessa Dawn.
Em
1958, sob proposta do produtor Sacha Gordine, foi ao Brasil para fazer a
adaptação cinematográfica de uma peça de teatro de Vinícius de Moraes, “Orfeu
da Conseção”, que se viria a chamar “Orfeu Negro” no grande ecrã.
Trata-se da transposição para as favelas do Rio de Janeiro, durante o carnaval,
dos amores de Orfeu e Euridice.
O filme seduziu o público e uma grande parte da crítica, sendo um êxito a nível
mundial. Fez descobrir aos europeus e norte-americanos a cidade do Rio de
Janeiro, o seu carnaval e a bossa nova.
Numa
célebre foto dos cineastas da Nouvelle Vague, tirada nos degraus do Palácio
de Cannes em 1959, Marcel Camus aparece junto de François Truffaut, Claude
Chabrol, Jean-Luc Godard, Roger Vadim e Robert Hossein.
Divorciou-se
pouco tempo depois, casando-se com a actriz do “Orfeu Negro” Lourdes de
Oliveira.
Os
filmes seguintes foram mais comerciais. Nos anos 1970, realizou vários
folhetins para a televisão. Em 1976, regressou ao país que o fascinava, o
Brasil, para realizar “Otalia de Bahia”, uma adaptação do romance de
Jorge Amado “Os pastores da noite”.
A
sua última realização, “Féminin Pluriel ”, é uma adaptação da obra
literária de Benoîte e Flora Groult.
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