EFEMÉRIDE
– Charles Pathé, industrial francês e produtor de películas para cinema,
nasceu em Chevry-Cossigny (Seine-et-Marne) no dia 26 de Dezembro de 1863. Morreu
em Monte-Carlo, em 25 de
Dezembro de 1957.
Os
pais, alsacianos, foram proprietários de um talho/charcutaria, primeiro em Chevry-Cossigny
e depois em
Vincennes. Charles tinha três irmãos e duas irmãs. Deixou
definitivamente a escola aos catorze anos, passando a ocupar muitas horas por
dia para aprender o ofício de talhante num estabelecimento em Paris.
Em 1889,
com 25 anos, começou a trabalhar como talhante ambulante, mas a vida que levava
em casa dos pais não era do seu agrado. Reuniu algumas economias e, com a ajuda
dos irmãos, decidiu partir para a Argentina com o intuito de se tornar
empresário.
Tentou
estabelecer-se com pequenas indústrias de diversos ramos. Aventurou-se mesmo na
lavagem de roupas, baseada em máquinas de lavar industriais. Foram, no entanto,
falhanços sucessivos, não conseguindo fixar-se em qualquer actividade e mudando
de área com muita frequência. O seu sócio da época e ele próprio apanharam entretanto
febre-amarela. Conseguiu salvar-se, contrariamente ao seu associado que acabou
por sucumbir.
Regressou
a França ainda doente e, depois de um novo fracasso no comércio de papagaios, casou-se
– quase com 30 anos – em Outubro de 1893. Empregou-se então num advogado
parisiense, mediante um modesto salário.
A
reviravolta na sua vida e o verdadeiro início da sua carreira de industrial aconteceria
em Agosto de 1894, quando descobriu o fonógrafo Edison na Feira de
Vincennes, a actual Feira do Trono. Interessou-se de imediato por aquele
aparelho e comprou um exemplar com o qual começou a fazer demonstrações em feiras. Depois, em
Londres, descobriu também o kinétoscope, outro aparelho inventado por
Thomas Edison. Alargou então a sua actividade ao comércio de projectores e de
filmes, sendo também o criador dos primeiros jornais de actualidades
cinematográficos. Em 1896, fundou a sociedade Pathé Frères e, com o seu
irmão Émile, lançou-se igualmente na industrialização da gravação de som.
Charles
compreendeu que o aluguer de filmes era uma actividade bem mais lucrativa que a
sua venda. Associou-se então com alguns investidores, para aumentar o capital
da empresa. Em Dezembro de 1897, os novos capitais permitiram-lhe dar novo impulso
à sociedade Pathé Frères. Todos os sectores foram explorados, desde a
produção, os laboratórios e a difusão, até à exploração de filmes. De 1902 a 1904, foram abertas diversas
sucursais na Europa e nos Estados Unidos. A produção de filmes passou de
setenta em 1901 para quinhentos em 1903. A sociedade criou em 1905 o logótipo do
“galo gaulês”, que ficará até aos nossos dias como o símbolo da empresa.
C. Pathé
especializou-se depois na produção e realização de filmes. Em 1905, a sociedade empregava
já muito pessoal especializado (cenaristas, decoradores, operadores de câmara,
realizadores, etc.).
Construiu
assim um império cinematográfico, que consistia em produzir controladamente
filmes por intermédio das suas agências. Para este fim, Charles Pathé criou
numerosos estúdios na Europa e nos Estados Unidos, tornando-se a primeira
empresa a explorar a produção cinematográfica à escala industrial e mundial.
A
partir de 1926, partilhou com a Kodak o monopólio do fabrico de
películas virgens para o cinema. Em 1929, retirou-se no Mónaco, onde acabou por
falecer no dia de Natal de 1957, na véspera de completar 94 anos de idade.
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