EFEMÉRIDE
– Urbano Augusto Tavares Rodrigues, escritor e jornalista
português, nasceu em Lisboa no dia 6 de Dezembro de 1923. Morreu na mesma
cidade em 9 de Agosto de 2013.
Filho
do também escritor Urbano Rodrigues, passou a infância em Moura, no Alentejo.
Criado numa família de grandes proprietários agrícolas, recebeu as influências
das gentes do campo, o que marcou indelevelmente a sua obra literária.
Frequentou a Faculdade de Letras de Lisboa, onde se licenciou em Filologia Românica.
Impedido de leccionar em Portugal pelo regime fascista, esteve
em França entre 1949 e 1955, sendo leitor de Português nas Universidades
de Montpellier, Aix e Paris. De volta a Lisboa, esteve preso
por duas vezes (1963 e 1968). Depois do 25 de Abril de 1974, regressou definitivamente
a Portugal. Dez anos mais tarde, doutorou-se em Literatura, com uma tese
sobre a obra de Manuel Teixeira Gomes. Em 1993, jubilou-se como professor
catedrático da Faculdade de Letras. Foi igualmente professor na Universidade
Autónoma de Lisboa Luís de Camões. Foi membro efectivo da Academia de
Ciências de Lisboa e membro correspondente da Academia Brasileira de
Letras.
Autor
prolífico, ele foi um dos mais prestigiados escritores da segunda metade do
século XX em
Portugal. Escreveu também em diversas revistas e jornais,
como: o “Bulletin des Études Portugaises”, a “Colóquio-Letras”, o
“Jornal de Letras”, a “Vértice” e o “Nouvel Observateur”,
entre outros. Foi director da revista “Europa” e crítico de teatro de “O
Século” e do “Diário de Lisboa”.
Enquanto
repórter, percorreu grande parte do mundo, tendo reunido os seus relatos de
viagem nos volumes “Santiago de Compostela” (1949), “Jornadas no
Oriente” (1956) e “Jornadas na Europa” (1958). No Cairo, em 1956,
viveu a sua coroa de glória como jornalista, captando em crónicas – para o “Diário
de Lisboa” – toda a complexidade da crise do Suez e das posições de Nasser.
Urbano
afirmou que a sua obra foi influenciada, na década de 1950, pelo existencialismo
francês, sobretudo de Sartre. Mais tarde, na sequência da sua detenção no forte
de Caxias, durante o salazarismo, surgiu como autor de literatura de resistência,
a que se seguiu um novo período, mais optimista, no pós-25 de Abril. Era
simpatizante comunista.
Recebeu
vários prémios literários, de que se salientam: o Prémio Ricardo Malheiros
da Academia das Ciências de Lisboa, o Prémio da Associação
Internacional de Críticos Literários, o Prémio da Imprensa Cultural,
o Prémio Vida Literária da Associação Portuguesa de Escritores e o Grande
Prémio de Conto “Camilo Castelo Branco”.
Em 6
de Agosto de 2013, foi internado no Hospital dos Capuchos, em Lisboa,
onde faleceu três dias depois. A causa da morte não foi divulgada. Estava a
quatro meses de completar 90 anos de idade. Foi casado com a escritora Maria
Judite de Carvalho, falecida em 1998, tendo uma filha também romancista e
tradutora (Isabel Fraga, nascida em 1950).
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